Economia

Gasolina por US$ 1 nos EUA traz alerta para economia

Embora o combustível barato geralmente estimule americanos a pegar a estrada, a atual queda dos preços anuncia tempos sombrios

Pandemia: em todo o país, os preços nas bombas caem para níveis nunca vistos desde a Grande Recessão (Spencer Platt/Getty Images)

Pandemia: em todo o país, os preços nas bombas caem para níveis nunca vistos desde a Grande Recessão (Spencer Platt/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 24 de março de 2020 às 17h17.

Última atualização em 25 de março de 2020 às 01h01.

London, em Kentucky, tornou-se a primeira cidade dos Estados Unidos onde o preço da gasolina nas bombas caiu para menos de US$ 1 o galão, como reflexo do impacto dos bloqueios para conter o coronavírus que paralisaram o trânsito no país. A cidade não será a última.

Várias outras devem entrar nesse clube nos próximos dias, já que a pandemia afeta a demanda e empurra a economia dos EUA para uma recessão. Embora o combustível barato geralmente estimule americanos a pegar a estrada, a atual queda dos preços anuncia tempos sombrios.

“Quase não é possível nem dar de graça”, disse Paul Bingham, economista-chefe de transportes da IHS Markit. “A elasticidade do preço mudou totalmente. É uma destruição total da demanda.”

Em todo o país, os preços nas bombas caem para níveis nunca vistos desde a Grande Recessão. O preço da gasolina no varejo deve ser de US$ 1,99 por galão (ou cerca de 3,8 litros), em média, nos próximos dois dias e cair para US$ 1,49 em meados de abril, o nível mais baixo em 16 anos, segundo Patrick DeHaan, chefe de análise de petróleo da Gasbuddy.

A última vez que um posto de gasolina vendeu combustível por menos de US$ 1 foi em 2016 em Iowa, segundo a GasBuddy. A média nacional atingiu esse nível pela última vez em 1999, segundo dados do governo dos EUA.

Embora a gasolina de US$ 1 não seja típica, “poderíamos ver preços baixos no varejo em agosto“, disse Andy Lipow, presidente da Lipow Oil Associates, em Houston.

“Estamos em território desconhecido”, disse Bingham, da IHS. “Não são apenas padrões de deslocamento, como ir ao trabalho, são outros indicadores que andam de mãos dadas com a economia e com o consumo de gasolina. Esse choque vai exceder o que vimos na Grande Recessão.”

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