Preço da gasolina está congelado nas refinarias desde 2009 (QUATRO RODAS)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2011 às 18h25.
São Paulo – O governo jura de pés juntos que a Petrobras tem autonomia para decidir o momento ideal de mexer no preço da gasolina. O mercado, os investidores e as torcidas do Corinthians e do Flamengo desconfiam de que a realidade não é bem essa.
De concreto temos que o presidente do Conselho de Administração da empresa é o ministro da Fazenda.
De concreto temos que Guido Mantega é – ou deveria ser –, ao lado do Banco Central, o responsável pelo combate à inflação.
A Petrobras não reajusta o preço da gasolina desde 2009. O argumento oficial é que a estatal de capital aberto não vai se deixar levar pelas oscilações de curto prazo do barril de petróleo no mercado internacional.
O professor Adriano Pires, notório especialista em energia, calcula que a Petrobras acumula prejuízo de R$ 125 milhões apenas no primeiro semestre deste ano por causa das importações do combustível.
O raciocínio é simples. A estatal paga R$ 1,35 pelo litro da gasolina importada e vende o produto para as distribuidoras por R$ 1,05. Como o Brasil tem importado muito nos últimos meses por causa da demanda aquecida, o rombo cresceu.
Para atrapalhar ainda mais, o preço do etanol ficou inviável e os motoristas de carro flex estão abastecendo o tanque com gasolina.
Enquanto isso, o governo segue tentando segurar a inflação sem desaquecer demais a economia – essa é a determinação explícita da presidente Dilma.
O etanol já foi o vilão dos preços altos no começo do ano. Neste momento, uma alta da gasolina seria como jogar gasolina (ops!) na fogueira. Isso nem passa pela cabeça de Guido Mantega (relembrando, ele é ao mesmo tempo ministro da Fazenda e presidente do Conselho da Petrobras).
Conclusão: a interferência velada do governo na Petrobras não resolve o problema da inflação (caminhamos para o segundo ano seguido de IPCA na casa dos 6%) e deixa a conta para a estatal de capital aberto pagar.
Os motoristas agradecem; os acionistas, nem tanto. Em tempo: as ações preferências da Petrobras (Petr4) acumulam queda de 11,8% neste ano.
Normal
0
21
false
false
false
PT-BR
X-NONE
X-NONE