Economia

Galípolo: é preciso olhar para arrecadação e gasto; Brasil arrecada mal

A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia fazer um ajuste de até R$ 223,08 bilhões, mas a maior parte pelo lado da receita

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo (Leandro Fonseca/Exame)

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 17h50.

Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 18h08.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, defendeu que é preciso apresentar um novo arcabouço fiscal que olhe tanto para a arrecadação quanto para o gasto. "Arcabouço fiscal é termo melhor do que âncora fiscal. Arcabouço é mais amplo porque endereça os problemas", disse, em entrevista à Globonews.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia fazer um ajuste de até R$ 223,08 bilhões, mas a maior parte pelo lado da receita. Hoje, Haddad fez sua primeira reunião com o secretariado.

Segundo Galípolo, a discussão sobre o tamanho do Estado é interminável, mas, no Brasil, a estrutura de arrecadação tende a tributar de maneira igual os desiguais. "A estrutura tributária é muito regressiva e é caótica. A simplificação do sistema tributário e regressividade entram na reforma tributária e no arcabouço."

Chamado de vice-ministro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também disse que não existem políticas fiscal, monetária e tributária separadas.

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"Gatilho automático para dívida contamina política monetária"

Galípolo afirmou que não acha factível uma regra fiscal que limite o crescimento de gastos por meio de gatilhos automáticos, mas que todas as propostas serão estudadas. Segundo ele, o problema de um gatilho, por exemplo, do nível da dívida pública, como era favorável o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, é que contamina a política monetária devido aos juros pagos. "É preciso olhar a trajetória para dívida, mas não sei se mecanismos de corte são factíveis", disse, em entrevista à Globonews.

O número 2 da Fazenda afirmou que é preciso fazer o ajuste fiscal do lado do gasto tanto pela ótica quantitativa quanto qualitativa, porque gasta-se mal no Brasil. Segundo Galípoolo, vários cenários foram apresentados por Haddad, que está ouvindo economistas. Mais cedo, o ministro disse em entrevista ao Brasil 247 que vai apresentar medidas estruturais no primeiro trimestre.

O secretário executivo também repetiu o discurso de posse de Haddad de que não aceitará o déficit previsto no Orçamento este ano, de cerca de R$ 230 bilhões.

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