Gabriel Galípolo: presidente do Banco Central comenta decreto do IOF e relações com o Ministério da Fazenda (Elio Rizzo/BCB/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 23 de maio de 2025 às 15h33.
Última atualização em 23 de maio de 2025 às 15h36.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira que não teve acesso a informações privilegiadas sobre o decreto publicado na quinta-feira com mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, embora tenha conversado com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os detalhes da medida não foram compartilhados.
Galípolo elogiou a atuação do ministro Haddad ao revogar partes do decreto, afirmando que "cabe a todos nós reconhecer a agilidade com que o Ministério da Fazenda atuou".
"É preciso louvar e reconhecer que, poucas horas após o anúncio da medida, o ministro já havia ouvido a sociedade e os agentes do mercado", disse durante palestra no Centro Cultural da FGV, no Rio de Janeiro.
O presidente do Banco Central defendeu a autonomia da instituição e classificou como "perfeitas" as colocações do ministro da Fazenda sobre a conversa entre os dois. Galípolo revelou que tomou conhecimento dos detalhes do decreto sobre o IOF na entrevista coletiva, "como todo mundo", mas confirmou que já discutiu a possibilidade do imposto ser usado para ajuste fiscal.
"Eu não tinha simpatia, não gostava da ideia, mas não tenho nenhum tipo de gerência nisso, cabe ao Ministério da Fazenda. Ao longo desses anos, diversas das medidas que tomei, não seriam as mesmas que ministros teriam, mas isso não abala as relações institucionais", concluiu.
Na quinta-feira, após entrevista do ministro Haddad, o secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que Haddad e Galípolo haviam tratado das medidas de IOF antes do anúncio. Pouco depois, o ministro publicou em sua conta no X que não houve "negociação" com o Banco Central sobre o tema.
“Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o BC”, escreveu Haddad.