Economia

G7 apoia avanços para união fiscal e financeira na Europa

A reunião concluiu com um breve comunicado emitido pelo Departamento do Tesouro dos EUA, país que exerce a Presidência rotatória do grupo

A situação na Espanha se encontra no epicentro das dúvidas, pois o país registrou na última semana uma disparada de sua taxa de risco (Leon Neal/AFP)

A situação na Espanha se encontra no epicentro das dúvidas, pois o país registrou na última semana uma disparada de sua taxa de risco (Leon Neal/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 18h00.

Washington - As economias que formam o G7 apoiaram nesta terça-feira os avanços para uma união fiscal e financeira na Europa e se comprometeram a "fiscalizar de perto" os eventos na zona do euro.

Os ministros de Finanças e governadores de bancos centrais dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido e Itália realizaram nesta terça-feira uma teleconferência na qual analisaram a crise que atinge a zona do euro e os membros europeus do G7 explicaram as medidas que estão sendo tomadas.

A reunião concluiu com um breve comunicado emitido pelo Departamento do Tesouro dos EUA, país que exerce a Presidência rotatória do grupo, no qual não se anunciam novas medidas.

"Os ministros e governadores do G7 revisaram os eventos na economia global e os mercados financeiros e a resposta política sob consideração, incluídos os avanços para a união fiscal e monetária na Europa", indica a nota.

O Tesouro americano se limitou a acrescentar que o grupo concordou em supervisionar os eventos antes da reunião do G20 em Los Cabos (México), que será realizada nos próximos dias 18 e 19 no México, os dirigentes dos países industrializados se reunirão com seus colegas das principais nações emergentes no G20.

A nota do Tesouro foi um dos poucos comentários publicados após a teleconferência realizada pelo grupo e que tinha causado grande expectativa em meio ao nervosismo pela situação do setor bancário na Espanha e o recente aumento da taxa de risco na periferia da zona do euro.

O outro comentário público proveio do ministro de Finanças japonês, Jun Azumi, que afirmou em Tóquio que os europeus tinham dado garantias de que "responderiam rapidamente" para pôr fim à nova escalada das tensões financeiras na zona do euro.


Segundo outras fontes, não foi abordada a eventualidade de a Grécia abandonar a zona do euro, se triunfam nas eleições do dia 17 de junho os partidos contrários ao plano de resgate negociado por Atenas com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

A conferência dos ministros de Finanças do G7 não figurava em agenda alguma até que foi anunciada de forma surpreendente pelo ministro canadense, Jim Flaherty, nesta segunda-feira.

Flaherty justificou a discussão como resposta à preocupação de alguns membros de fora da zona do euro pelas consequências da crise financeira europeia, "especialmente a crise bancária", em referência às dificuldades de alguns bancos espanhóis.

Por sua vez, um porta-voz da Comissão Europeia - órgão executivo da UE - considerou "exagerado" o alarme gerado pela teleconferência do G7. "É um exagero. Não descreveria nenhum desses intercâmbios regulares como extraordinários ou reuniões de alerta pela crise", afirmou o porta-voz de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Amadeu Altafaj, na entrevista coletiva diária da Comissão em Bruxelas.

A situação na Espanha se encontra no epicentro das dúvidas, pois o país registrou na última semana uma disparada de sua taxa de risco.

Os problemas se recrudesceram por causa da crise quanto ao BFA-Bankia, quarto maior banco do país, que teve de ser estatizado e que anunciou necessidades de financiamento de 19 bilhões de euros (US$ 23,56 bilhões), que se somarão aos mais de 4 bilhões de euros (US$ 4,96 bilhões) já injetados na entidade.

As preocupações se multiplicaram com a fragilidade financeira da Europa, com três países recebendo programas de resgate internacional (Irlanda, Grécia, Portugal), o Parlamento de Atenas em pleno impasse político e à espera de novas eleições legislativas, e várias economias em recessão.

No fim da semana passada, após a divulgação da primeira alta do desemprego nos EUA em 11 meses, o presidente americano, Barack Obama, explicou que parte da desaceleração se devia aos eventos na Europa. "Temos uma crise na economia europeia que está tendo impacto no mundo todo e está começando a projetar uma sombra também sobre nós".

Numa conferência em Washington, o subsecretário adjunto de Assuntos Internacionais do Tesouro americano, Mark Sobel, afirmou nesta terça-feira que "o êxito da nova fase da resposta à crise depende da vontade da Europa de pôr em prática ferramentas e processos que sejam capazes de respaldar os países de maneira efetiva e agressiva". 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCrise econômicaEuroG7 – Grupo dos SeteMoedas

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições