Furnas: com o aporte, Furnas evita a suspensão do processo de privatização da Eletrobras (Furnas/Alexander Vargas/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de junho de 2022 às 14h29.
Furnas obteve aval da maioria dos credores debenturistas para conduzir um aporte de R$ 1,58 bilhão em Madeira Energia (Mesa), evitando a suspensão do processo de privatização da Eletrobras, cuja precificação está marcada para a quinta-feira, 9.
A oferta de ações da Eletrobras pode chegar a R$ 35 bilhões e a aprovação do aporte era esperada. Mesa é a empresa que controla a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, que tem a concessão para operação da hidrelétrica. Com o aporte, feito por meio de subscrição de aumento de capital de Mesa, Furnas passará a deter 72,4% de participação na companhia, dos até então 43,06%.
Conforme apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a assembleia foi instalada em segunda chamada com um quórum de 50,75% e a permissão para que Furnas realize o aporte por 46,73%. No final de semana, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, acatou tutela provisória de urgência pedindo à suspensão da assembleia dos debenturistas.
O pedido foi feito pela Associação dos Empregados de Furnas (Asef), em ação que apontava uma série de supostas irregularidades cometidas pela companhia. Entre elas, estariam a quebra de contrato de debêntures e a violação de regras sobre prazos. Nesta manhã, no entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro cassou a liminar que impedia a Assembleia Geral de Debenturistas de Furnas.
A ação era prevista já que na sexta-feira, a Eletrobras comunicou que Furnas havia exercido o direito de preferência na subscrição de ações de Mesa, envolvendo R$ 681 milhões, antes de aprovado pelos debenturistas.
O Broadcast apurou que o aporte foi realizado para evitar aceleração de dívidas da Hidrelétrica de Santo Antônio e a execução de garantias dadas pela Eletrobras, de mais de R$ 8 bilhões.
Na primeira chamada, não houve quórum para a instalação da assembleia, quando era necessário um quórum de 50% mais 1 dos debenturistas, e pouco mais de 33% estiveram presentes. Na segunda convocação, a assembleia pode ser instalada com quórum menor, de 30%. Essas debêntures foram emitidas em 2019, num montante total de R$ 1,250 bilhão, em duas séries, a primeira de R$ 450 milhões e a segunda de R$ 800 milhões.
O Bradesco é detentor de 100% da primeira série das debêntures e de pouco mais de 20% da segunda série, que foi emitida com base na Lei 12.431, de debêntures de infraestrutura, com isenção fiscal. Os recursos foram direcionados para projetos da Hidrelétrica de Santo Antônio.
(Estadão Conteúdo)
LEIA TAMBÉM:
Governo tenta derrubar liminar que coloca em risco privatização da Eletrobras
Privatização da Eletrobras: Conselho de Furnas decide futuro da operação