Economia

Furacões forçam EUA a fechar empregos pela 1ª vez em sete anos

A passagem do Harvey e do Irma deixou trabalhadores desabrigados, temporariamente desempregados e fez com que empresas adiassem contratações

Harvey e Irma influenciam desemprego nos EUA (Jonathan Bachman/Reuters)

Harvey e Irma influenciam desemprego nos EUA (Jonathan Bachman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 12h20.

Washington - Os Estados Unidos fecharam vagas de trabalho em setembro pela primeira vez em sete anos, com os furacões Harvey e Irma deixando trabalhadores desabrigados temporariamente desempregados e adiando contratações, na mais recente indicação de que as tempestades prejudicaram a atividade econômica no terceiro trimestre.

O Departamento de Trabalho informou nesta sexta-feira que no mês passado foram fechados 33 mil empregos, excluído setor agrícola, em meio à queda recorde no emprego no setor de lazer e hotelaria.

Foi a primeira vez desde setembro de 2010 que houve fechamento de vagas. O Departamento disse que o Harvey e o Irma, que causaram estragos no Texas e na Flórida em agosto e setembro, reduziram "a estimativa total de emprego fora do setor agrícola de setembro".

Economistas entrevistados pela Reuters projetavam uma abertura de 90 mil vagas no mês passado. O governo revisou os dados de agosto para criação de 169 mil vagas, em vez das 156 mil relatadas anteriormente.

Muitas das pessoas dessabrigadas devem voltar ao trabalho. Isso, juntamente com a reconstrução e a limpeza, deve impulsionar o crescimento do emprego nos próximos meses.

O emprego no setor de lazer e hotelaria despencou, fechando 111 mil postos, a máxima desde que os registros começaram em 1939, depois de permanecerem inalterados em agosto. Também houve cortes nos setores de varejo e indústria no mês passado.

O Harvey e o Irma não tiveram impacto na taxa de desemprego, que caiu 0,2 ponto percentual, para 4,2 por cento, a menor desde fevereiro de 2001.

Com o desemprego temporário causado pelos furacões concentrado em indústrias de baixa remuneração, como varejo, lazer e hotelaria, o salário médio por hora cresceu 0,5 por cento em setembro, depois de subir 0,2 por cento em agosto.

O crescimento anual dos salários subiu para 2,9 por cento, o maior avanço desde dezembro de 2016, ante 2,7 por cento em agosto. Um crescimento salarial anual de pelo menos 3,0 por cento é necessário para impulsionar a inflação para a meta de 2 por cento do Federal Reserve, banco central dos EUA, dizem analistas.

O relatório de emprego não deve mudar a percepção de que o Federal Reserve elevará a taxa de juros dos EUA em dezembro. A chair do banco central norte-americano, Janet Yellen, alertou no mês passado que os furacões poderiam pressionar "substancialmente" a criação de vagas em setembro, mas esperava que os efeitos iriam se "desfazer relativamente rápido".

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