Economia

Frutas, plano de saúde e o que corroeu o seu salário em 2016

O impacto da inflação é diferente para cada um, dependendo dos produtos e serviços que você consome; veja o que subiu mais

O preço das frutas subiu mais de 22% no ano passado (thinkstock)

O preço das frutas subiu mais de 22% no ano passado (thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 14h00.

Última atualização em 12 de janeiro de 2017 às 14h07.

São Paulo - Quem gosta de frutas, alho, feijão e café deve ter visto sua conta do supermercado ficar bem mais cara no ano passado.

É o que mostram os dados da inflação de 2016 divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A boa notícia é que depois de chegar aos dois dígitos em 2015, a taxa final cedeu e ficou em 6,29%, abaixo do teto da meta (6,5%).

Foi isso que permitiu ao Banco Central cortar, também ontem, os juros em 0,75 ponto percentual - mais do que o mercado estava antecipando.

O grupo mais importante na inflação é, de longe, Alimentação e Bebidas - que em 2016 foi pressionado por fatores internacionais e pela seca, mas que também já está em trajetória descendente.

“Quando as perspectivas para a safra de 2017 ficaram mais promissoras, isso ajudou a deixar os preços mais comportados, o que vimos no final do ano passado”, diz Eulina Nunes, pesquisadora do IBGE.

E o impacto da inflação é diferente para cada um, dependendo de onde você mora e dos produtos e serviços que você consome.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), por exemplo, que mede a variação de preços para famílias com rendimento entre 1 e 5 salários mínimos, ficou ligeiramente acima do teto em 6,58%.

Alguns produtos tiveram altas acima dos 50%, mas outros pesaram ainda mais mesmo não tendo subido tanto (o que se chama de impacto, medido em pontos percentuais adicionados na inflação final).

Veja os 10 itens alimentícios que mais tiveram impacto na inflação no ano passado:

Alta em 2015Alta em 2016Impacto (p.p.)
Refeição fora9,71%5,67%0,29
Frutas15,23%22,67%0,23
Lanche fora10,76%10,74%0,21
Feijões21,45%56,56%0,19
Leite longa vida8,10%12,19%0,11
Arroz9,65%16,16%0,10
Carnes12,48%3,01%0,09
Açucar cristal29,99%25,30%0,08
Refrigerante10,49%11%0,08
Café moído11,21%20,34%0,07

E outros 7 alimentos que também subiram muito:

Alta em 2015Alta em 2016Impacto (p.p.)
Farinha de mandioca8,62%46,58%0,07
Queijo9,34%12,72%0,07
Óleo de soja17,17%13,51%0,04
Iogurte6,86%15,10%0,03
Chocolate em barra e bombom12,27%19,20%0,03
Alho53,66%19,33%0,02
Margarina7,44%10,73%0,02

Os 10 produtos e serviços não-alimentícios que tiveram o maior impacto:

Alta em 2015Alta em 2016Impacto (p.p.)
Plano de saúde12,15%13,55%0,45
Empregado doméstico8,35%10,27%0,41
Produtos farmacêuticos6,89%12,50%0,40
Taxa de água e esgoto14,75%20,05%0,29
Cursos regulares9,17%9,12%0,26
Higiene pessoal9,13%9,49%0,25
Ônibus urbano15,09%9,34%0,24
Aluguel residencial7,83%5,31%0,21
Cigarro8,20%16,04%0,16
Mão de obra e pequenos reparos6,96%8,80%0,13

E 7 outros produtos e serviços não-alimentícios que também subiram muito:

Alta em 2015Alta em 2016Impacto (p.p.)
Artigos de limpeza9,56%10,89%0,09
Ônibus intermunicipal11,95%11,78%0,08
Alimento para animais8,44%16,80%0,04
Papelaria8,06%12,17%0,04
Revista6,25%12,45%0,03
Tratamento de animais11,51%10,03%0,02
Multa0,00%68,31%0,02
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