Agência de notícias
Publicado em 20 de maio de 2025 às 13h47.
Última atualização em 20 de maio de 2025 às 13h55.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou nesta terça-feira que o governo apura se associações envolvidas em fraudes no INSS usaram criptomoedas para esconder patrimônio. Segundo ele, apesar da dificuldade em rastrear esse tipo de ativo, a AGU dispõe de instrumentos capazes de identificá-los.
— No pedido de bloqueio que nós fizemos na semana retrasada, solicitamos ao juízo que seja feito um rastreio a partir de corretoras de criptomoedas para entender por onde esse recurso passou caso tenha sido utilizado — disse Messias em entrevista ao programa Bom dia, Ministro.
No início do mês, Messias afirmou haver "fortes indícios" de que organizações criminosas usaram criptomoedas para desviarem aposentadorias e pensões do INSS.
Na entrevista de hoje, o ministro também reforçou que o governo analisa acabar com os descontos de entidades associativas nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
— Nós temos uma série de instrumentos financeiros, [como] Pix, conta bancária, que as entidades podem se valer para interagir diretamente com os seus associados e ter o seu desconto. Nesse momento, o governo está refletindo o risco e, digamos assim, os elementos de controle para ver o caso ou não de manter esse modelo — declarou Messias.
Segundo o ministro, há uma avaliação no governo de que "o risco e a fragilidade do sistema não compensam".
— Enfim, neste momento a gente está sendo muito cuidadoso, mas é possível que o governo tenha uma informação sobre isso em breve — completou o ministro.
No último dia 8, a AGU anunciou ter pedido o bloqueio de bens e quebra de sigilo de 12 entidades. O valor objeto do pedido de bloqueio é de R$ 2,56 bilhões. Isso "representa o prejuízo mínimo estimado até o momento causado por essas associações", segundo a AGU.
Depois, outras seis empresas e oito pessoas foram incluídas no bloqueio de bens. As firmas e seus sócios são suspeitos de terem intermediado o pagamento de propina a funcionários do INSS e pessoas próximas para que as fraudes fossem adiante. A suspeita é que a propina aos agentes públicos tenha chegado a R$ 23,8 milhões.