Economia

Fraude em empresas cai de 27% para 12%

A parcela de empresas afetadas por crimes econômicos no Brasil é uma das mais baixas entre os 115 países pesquisados - 36%


	Fraudes: a parcela de empresas afetadas por crimes econômicos no Brasil é uma das mais baixas entre os 115 países pesquisados - 36%
 (Getty Images)

Fraudes: a parcela de empresas afetadas por crimes econômicos no Brasil é uma das mais baixas entre os 115 países pesquisados - 36% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 11h44.

São Paulo - As fraudes nas empresas brasileiras despencaram nos últimos 24 meses.

A fatia de companhias que se declararam vítimas de crimes econômicos caiu para menos da metade: era de 27% em 2014 e recuou para 12% em 2016, aponta a 8ª edição da pesquisa bianual sobre crimes econômicos da consultoria PWC.

O estudo, que contou com 211 empresas que responderam o questionário no país, não inclui a Petrobrás, alvo de investigação da operação Lava Jato. De acordo com a consultoria, a inclusão da estatal provocaria uma distorção no resultado.

Segundo a pesquisa, a parcela de empresas afetadas por crimes econômicos no Brasil é uma das mais baixas entre os 115 países pesquisados e representa apenas um terço da média global obtida em 2016 (36%).

Também está muito abaixo da média dos Brics, grupo de países formado por África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia (39%). A ocorrência de fraudes nas empresas brasileiras seguiu a tendência global de queda, porém de forma abrupta.

A média das empresas que se declararam vítimas de crimes econômicos no mundo caiu, de 2014 para 2016, apenas um ponto porcentual. Na América Latina, a redução foi de sete pontos porcentuais e, no país, de 15.

Na opinião de Martin J. Whitehead, sócio da PwC Brasil, esse resultado foi, de certa forma, uma surpresa. É que, em meio a uma onda de escândalos de corrupção que assola o país, a queda no número de empresas que se dizem vítimas de crimes econômicos parece destoar do cenário atual.

Explicações

O estudo aponta três motivos para o recuo. O primeiro é o maior investimento das companhias em controles de prevenção de fraudes, especialmente depois da entrada em vigor da Lei Anticorrupção, em janeiro de 2014.

Segundo Leonardo Ruiz Machado, sócio da área de Compliance do Machado Meyer Advogados, movimento semelhante ocorreu no Chile entre 2009 e 2010, quando a Lei Anticorrupção entrou em vigor.

A segunda razão seria a insuficiência de controles para detectá-los. "É possível que a detecção tenha piorado, pois o crime se sofisticou", diz Whitehead.

Por último, a onda de escândalos econômicos que afeta o país pode ter inibido temporariamente a ação dos fraudadores. "É difícil atrelar a queda a um evento específico", diz o sócio da PwC Brasil, Leonardo Lopes, que acredita que a Lei Anticorrupção pode ter dado um impulso inicial nesse processo.

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