Economia

França vira aliada do Brasil em briga de câmbio

A França vai propor nesta segunda-feira à zona do euro que uma política de câmbio seja formulada


	Câmbio: em diversas visitas da presidente Dilma Rousseff pela Europa, seus apelos por uma coordenação dos países foram ignorados
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Câmbio: em diversas visitas da presidente Dilma Rousseff pela Europa, seus apelos por uma coordenação dos países foram ignorados (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 09h54.

Genebra - A "guerra das moedas" chegou aos países ricos. Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai ganhar um aliado inesperado esta semana, na reunião do G-20 na Rússia, em seu apelo por uma coordenação internacional sobre taxas de câmbio: a França.

Diante da valorização do euro, Paris já prevê a perda de competitividade de suas exportações, justamente no momento em que a Europa busca nos mercados externos sua recuperação.

Diante dessa ameaça, a França vai propor nesta segunda-feira à zona do euro que uma política de câmbio seja formulada e, no fim da semana, vai pôr o assunto na pauta da reunião do G-20, que se realiza em Moscou.

Há três anos, Mantega vem insistindo que a injeção de trilhões de dólares por países ricos para incentivar uma recuperação estava, na prática, sendo canalizada para mercados emergentes como o Brasil e provocando pressão sobre o câmbio. O resultado: dificuldades ainda maiores para exportar e gastos do BC para manter o real.

Em diversas visitas da presidente Dilma Rousseff pela Europa, seus apelos por uma coordenação dos países foram ignorados. A chanceler Angela Merkel chegou a indicar que o problema era brasileiro e que, ao colocar 1 trilhão na economia do bloco, a UE não estava avaliando o que ocorreria no resto do mundo, mas sim salvando sua casa de um desmoronamento.

Agora, porém, os europeus começam a sofrer com a valorização do euro. Com os sinais de retomada, é a vez de a moeda única ser alvo de investidores, o que atrapalha as exportações. A Europa também critica a suposta desvalorização competitiva que o Japão estaria realizando justamente para animar as vendas externas de sua indústria.

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