Economia

França se diz pronta para retaliar ameaça de tarifas dos EUA com a UE

Trump quer impor tarifas de até 100% sobre 2,4 bilhões de dólares em importações de champanhe, bolsas de mão e outros produtos franceses

França e EUA: Estados Unidos querem impor tarifas sobre produtos franceses (Westend61/Getty Images)

França e EUA: Estados Unidos querem impor tarifas sobre produtos franceses (Westend61/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 09h24.

Paris — A França e a União Europeia estão prontas para retaliar se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprir a ameaça de impor tarifas de até 100% sobre 2,4 bilhões de dólares em importações de champanhe, bolsas de mão e outros produtos franceses, disse o governo francês nesta terça-feira.

A ameaça de tarifas punitivas veio depois que uma investigação do governo dos EUA revelou que os novos impostos de serviços digitais da França prejudicarão empresas de tecnologia norte-americanas e intensificarão a disputa comercial entre a Europa e Washington.

Falando em Londres na manhã desta terça-feira, antes de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Trump disse que não permitirá que a França se aproveite de empresas dos EUA e que a UE trata seu país muito injustamente no comércio.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Mair, qualificou a ameaça norte-americana como inaceitável e disse que o imposto francês não discrimina companhias dos EUA.

"Em caso de novas sanções norte-americanas, a União Europeia estará pronta para retaliar", disse Le Maire à Radio Classique.

Mais tarde ele disse em uma coletiva de imprensa: "Não estamos mirando nenhum país".

A taxa francesa de 3% se aplica à renda de serviços digitais de empresas com mais de 25 milhões de euros de receita na França e 750 milhões de euros no mundo.

Uma investigação do escritório do Representante Comercial dos EUA descobriu que o imposto francês "não condiz com os princípios de política tributária internacional prevalecentes".

Ela apontou que o imposto é "anormalmente custoso" para as empresas norte-americanas, como Google, Facebook Inc, Apple Inc e Amazon.com Inc.

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