França: as partidas orçamentárias mais afetadas serão o emprego, as ajudas às famílias mais pobres e os transportes (Ludovic Marin/Pool/Reuters)
AFP
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 08h51.
O governo Emmanuel Macron apresentou sua primeira proposta orçamentária, com uma meta de déficit de 2,9% do PIB para 2017, como havia se comprometido com Bruxelas, mas com menos reduções de impostos do que o previsto.
Segundo o Executivo, trata-se de um orçamento "de transformação", que busca aumentar o poder aquisitivo dos franceses e cumprir os compromissos com Bruxelas de manter o déficit abaixo de 3% - 2,9% do PIB para 2017, e 2,6% em 2018 - pelo segundo ano consecutivo.
O objetivo do Executivo é recuperar a "credibilidade" com seus sócios europeus, começando pela Alemanha, que há tempos pede à França que saneie suas contas públicas.
Para isso, o Ministério das Finanças anunciou uma redução de 0,7 ponto do gasto público, o que implica cortes de 16 bilhões de euros - até agora inéditos na França.
"Será difícil", mas "necessário", disse o ministro da Economia, Bruno Le Maire.
As partidas orçamentárias mais afetadas serão o emprego - com uma drástica redução dos contratos subsidiados -, as ajudas às famílias mais pobres e os transportes, com o congelamento de grandes projetos de infraestrutura.
Entre outros pontos, o Estado também prevê cortar 1.600 postos de trabalho no funcionalismo público e reduzir os gastos da Previdência Social em cerca de 5,5 bilhões de euros.
O objetivo é relançar a economia, indicou o Alto Conselho das Finanças Públicas (HCFP), um órgão independente encarregado de avaliar a credibilidade das previsões orçamentárias do governo.
A lei do orçamento será debatida até o fim do ano no Parlamento francês.