Economia

Fraga defende meta de inflação de 3% em alguns anos

O Brasil deve perseguir uma meta inflacionária mais baixa, segundo o ex-presidente do Banco Central

Fraga: "No ano passado tivemos a chance de reduzir, no momento em que a inflação estava mais baixa" (Oscar Cabral/Veja)

Fraga: "No ano passado tivemos a chance de reduzir, no momento em que a inflação estava mais baixa" (Oscar Cabral/Veja)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2011 às 16h12.

Rio de Janeiro - O ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, defendeu hoje o regime de metas de inflação e disse que o controle inflacionário é especialmente importante no Brasil, diante do histórico do País. Para ele, o País deve perseguir uma meta mais baixa, podendo chegar a 3% em alguns anos, e com uma banda mais estreita.

"Gosto muito de meta de inflação", disse, em seminário do BC e do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) no Rio de Janeiro. "Um país como o nosso que tem uma história de alta inflação tem que ter um sistema bom, transparente, para não cair nesta armadilha outra vez, e acho que nós temos este sistema."

Fraga disse que é necessário o corte fiscal realizado pelo governo brasileiro. Citou ainda o exemplo do Chile, que tem uma meta de inflação de 3% ao ano, e afirmou que, "em algum momento" vai se exigir uma meta de inflação mais baixa também no Brasil. "Podemos caminhar na direção para ter uma meta de 3% ao longo de alguns anos", disse. "A banda poderia ser mais estreita."

O ex-presidente do BC e hoje dono da gestora Gávea disse que não tem críticas ao desempenho do Banco Central neste ano, mas que o BC perdeu no passado a oportunidade de reduzir a meta, hoje em 4,5%, com margem de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

"No ano passado tivemos a chance de reduzir, no momento em que a inflação estava mais baixa. Teria sido um movimento bem-sucedido e não teria tido qualquer custo", afirmou a jornalistas. "Daqui a pouco aparece uma chance, então aproveita a próxima, ou então faz bem devagar."

Segundo ele, a decisão pela manutenção da meta para 2013 em 4,5%, anunciada ontem, "foi difícil". "No momento em que a inflação está mais alta eu respeito a decisão, entendo. Daqui a pouco, ela volta para a meta, quando chegar, baixa 0,25 ponto porcentual", sugeriu, lembrando que é fácil criticar de fora.

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