Economia

Fórum de Davos teme mais tempestades, reais e econômicas

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, combinação de economias frágeis e climas extremos elevou o risco global no ano passado


	 

	Mesmo a Europa evitando uma cisão do euro  e os EUA escapando do abismo fiscal, líderes temem que os políticos não estejam conseguindo resolver os problemas fundamentais
 (Ralph Orlowski/Getty Images)

  Mesmo a Europa evitando uma cisão do euro  e os EUA escapando do abismo fiscal, líderes temem que os políticos não estejam conseguindo resolver os problemas fundamentais (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 13h49.

Londres - A combinação de economias frágeis e climas extremos elevou o risco global no ano passado, criando uma mistura cada vez mais perigosa para o mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

Mesmo a Europa evitando uma cisão do euro em 2012 e os Estados Unidos escapando do abismo fiscal, líderes empresariais e acadêmicos temem que os políticos não estejam conseguindo resolver os problemas fundamentais.

Essa é a conclusão do relatório Riscos Globais 2013 do grupo, que entrevistou mais de 1.000 especialistas e chefes industriais e descobriu que eles estavam um pouco mais pessimistas sobre as perspectivas para a próxima década do que um ano atrás.

"Isso reflete uma perda de confiança na liderança de governos", disse Lee Howell, diretor-gerente do FEM, responsável pelo relatório.

Graves diferenças na riqueza e finanças insustentáveis de governos foram vistas como as maiores ameaças econômicas que o mundo enfrenta --como eram em janeiro passado-- e houve um aumento acentuado no foco sobre os perigos do clima severo.

A análise de 80 páginas dos 50 riscos para os próximos 10 anos vem antes da reunião anual do Fórum Econômico Mundial na estância suíça de esqui Davos, de 23 a 27 de janeiro, onde os ricos e poderosos vão ponderar o futuro do planeta.

Reunindo líderes empresariais, políticos e presidentes de bancos centrais, Davos passou a simbolizar o mundo moderno globalizado dominado por empresas multinacionais de sucesso.


Presidentes-executivos que chegam em seus jatos particulares podem ainda esbanjar confiança, mas os "homens de Davos" --e a maioria dos delegados são do sexo masculino-- têm muito com que se preocupar estes dias.

As preocupações sobre o aumento das emissões de gases de efeito estufa têm crescido notavelmente nos últimos 12 meses. A questão é classificada como a terceira maior preocupação de todas, enquanto o fracasso para se adaptar às mudanças climáticas é visto como o grande perigo ambiental.

A supertempestade Sandy, que causou estragos na Costa Leste dos EUA em outubro, foi um toque de despertar para muitos. Mas não foi um evento isolado em um ano que também teve secas, inundações e derretimento do gelo do mar do Ártico para um nível recorde de baixa.

O clima extremo se mostrou novamente esta semana, com a Austrália lutando contra incêndios e ondas de calor, enquanto as temperaturas na China caíram para o menor nível em 28 anos.

"Duas tempestades --ambientais e econômicas-- estão em rota de colisão", disse John Drzik, presidente-executivo da Oliver Wyman, uma unidade da corretora de seguros Marsh & McLennan, quando o relatório do FEM era lançado nesta terça-feira.

"Se nós não alocarmos os recursos necessários para mitigar o risco crescente de eventos climáticos severos, a prosperidade global para as gerações futuras poderia ser ameaçada." O encontro deste ano em Davos tem como tema "dinamismo resistente", em reconhecimento da necessidade de governos e empresas de desenvolver estratégias para garantir que sistemas críticos continuem a funcionar em face de tais ameaças.

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