Economia

Fornecedora de armazenamento de petróleo está quase sem espaço

Taxa de ocupação total da Vopak, que inclui outras commodities como gás e produtos químicos, atingiu mais de 90% no terceiro trimestre

Única capacidade de armazenamento de petróleo não alugada nos principais centros da Vopak, em Rotterdamm, é a que está em manutenção (Adrees Latif/Reuters)

Única capacidade de armazenamento de petróleo não alugada nos principais centros da Vopak, em Rotterdamm, é a que está em manutenção (Adrees Latif/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 11h29.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 12h03.

A Royal Vopak, maior fornecedora mundial independente de armazenamento de petróleo, não tem espaço livre em seus principais locais de comercialização de combustível nos Países Baixos, Emirados Árabes Unidos e Cingapura.

“Nos principais hubs, estamos praticamente completos”, disse Gerard Paulides, diretor financeiro da Vopak, em entrevista por telefone.

Quando governos do mundo todo impuseram restrições devido à pandemia no início do ano, a queda da demanda por petróleo criou um excesso que obrigou operadores a armazenarem milhões de barris de petróleo e derivados em tanques terrestres, no mar e até mesmo em pequenas barcaças. Agora, com a nova onda de restrições em toda a Europa, a capacidade de armazenamento está novamente em foco.

Para a Vopak, com sede em Rotterdam e que possui tanques em terra, a única capacidade de petróleo não alugada em seus principais centro é a que está em manutenção, disse Paulides, acrescentando que há aberturas ocasionais em locais de distribuição separados. Em julho, a empresa disse que quase todos seus tanques de armazenamento de petróleo estavam alugados.

A taxa de ocupação total da Vopak, que inclui outras commodities como gás e produtos químicos, atingiu mais de 90% no terceiro trimestre, sustentada pela demanda por armazenamento de petróleo, de acordo com uma apresentação. Esse é o nível mais alto em qualquer período de três meses desde pelo menos o início de 2019.

Outros dados sugerem que o mercado ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se reequilibrar totalmente. Embora a quantidade de petróleo mantida em armazenamento flutuante tenha caído cerca de 30% desde o pico em junho, ainda é mais do que o dobro da média de três anos, de acordo com dados da Vortexa.

A maior produção de petróleo da Líbia reforça a oferta, embora negociações entre a Opep e aliados para um possível adiamento do aumento produção programado em janeiro estejam avançando.

No geral, a capacidade de armazenamento de petróleo é limitada na Europa, Oriente Médio e região de Cingapura, de acordo com Krien van Beek, corretora da ODIN-RVB Tank Storage Solutions. Nos EUA, onde os contratos de estoque tendem a ser mais curtos do que na Europa, há certa capacidade disponível. No entanto, o interesse é limitado até agora e esses tanques provavelmente não serão “arrematados rapidamente”, disse.

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