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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, fará hoje à tarde na Procuradoria Geral do Trabalhão (PGT), em Brasília, denúncia contra a Confederação Nacional da Indústria (CNI) De acordo com o parlamentar, o motivo da iniciativa é o suposto uso de verba do Sistema S pela CNI para veicular uma campanha contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
"A CNI tem utilizado o minuto que tem nas rádios para colocar seus dirigentes para falar contra a jornada de 40 horas semanais", disse Paulinho, um dos dirigentes sindicais que lidera um movimento para que o Congresso Nacional aprove a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que reduz a jornada das atuais 44 horas para 40 horas semanais, sem diminuição de salário. "Vamos protocolar a denúncia e esperamos que o Ministério Público possa investigar e levar adiante essa questão", antecipou.
O presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), declarou que a denúncia é uma medida que tem motivação "claramente eleitoral". De acordo com ele, a campanha veiculada nas rádios é paga com recursos próprios da CNI."A CNI tem o direito de se manifestar." O deputado admitiu ainda que a entidade empresarial recebe uma remuneração por ser uma das gestoras do Sistema S, mas destacou que essa é uma determinação constitucional.
"A CNI tem várias fontes de financiamento: prestação de serviços contribuição patronal e gestão das entidades do Sistema S", explicou o parlamentar. Segundo Monteiro Neto, 1% da arrecadação anual do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) é transferido para as entidades gestoras. De acordo com Monteiro, o orçamento anual da CNI gira em torno de R$ 160 milhões por ano. Ele não revelou qual que é a parcela do orçamento que corresponde aos valores transferidos pelo Sistema S.
"Essa fonte é uma das fontes. Fica parecendo que a CNI é uma entidade do Sistema S", reclamou. "A campanha existe, sim. É uma manifestação, mas podem entender como uma campanha. Mas é a CNI que faz a campanha, não o Sesi ou o Senai", completou. "Essa denúncia está mal enquadrada e revela, unicamente, o propósito de atingir as entidades.