Economia

Foi um pouco além, mas é do jogo, diz Guedes sobre debate do Pró-Brasil

Ao lado do chefe da Casa Civil, Braga Netto, o ministro da Economia deu entrevista coletina no fim da tarde desta quarta-feira

Paulo Guedes, ministro da economia. 3 de abril de 2020.  (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)

Paulo Guedes, ministro da economia. 3 de abril de 2020. (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 29 de abril de 2020 às 18h17.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 18h54.

Para sinalizar alinhamento no governo após um anúncio ruidoso feito pela Casa Civil de um plano de retomada econômica, Braga Netto, chefe da pasta, e Paulo Guedes, ministro da economia, deram uma entrevista coletiva juntos no fim da tarde desta quarta-feira, 29, para dizer que os rumores de desentendimento entre eles não passam de mal entendido.

"Temos excelente relacionamento pessoal. Em nenhum momento fiquei aborrecido com o Braga Netto", disse Guedes.

O ministro explicou que é de responsabilidade da Casa Civil coordenar os planos que chegam até sua porta em forma de projetos de lei, medidas provisórias etc. Depois de passar pela pasta, os pleitos passam pelo presidente da República e, daí, podem ser encaminhados para a coordenação financeira:

"(O Pró-Brasil) foi um pouco além até, por conta dessa situação extraordinária que vivemos, há um certo voluntarismo, tem mais gente querendo ajudar, mas é do jogo", disse Guedes.

O programa chamado informalmente de "Plano Marshall brasileiro" - uma comparação à reestruturação da Europa após a Segunda Guerra Mundial -, foi elaborado pela Casa Civil com o auxílio dos ministérios do Desenvolvimento Regional e de Infraestrutura e foi lançado com o propósito de aumentar investimentos públicos em obras de infraestrutura para recuperar a economia após da pandemia do novo coronavírus. 

O fato de o programa não ter tido a participação da equipe econômica do governo na formulação deixou o mercado financeiro estressado com uma possível flexibilização do teto de gastos, âncora de confiança fiscal conquistada pelo Brasil em 2017.  Bolsonaro chegou até a dizer após críticas que quem manda na Economia é Paulo Guedes.

Na coletiva desta tarde, o ministro voltou a defender o congelamento do reajuste dos salários dos servidores por um ano e meio para que uma contrapartida em dinheiro possa ser enviada aos estados e municípios na luta contra os impactos do coronavírus. A ajuda está sendo tratada em projeto de lei relatado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusMinistério da Casa CivilMinistério da EconomiaPaulo Guedes

Mais de Economia

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China

Brasileiros já gastaram R$ 68 bi em jogos on-line, e 1,3 milhão estão inadimplentes

Volta do horário de verão pode aumentar faturamento de bares e restaurantes em 15%, diz associação

Receita Federal abre programa para regularização de bens no Brasil e no exterior