Mercado: para a política monetária, o cenário continua sendo de Selic a 14,50 por cento no fim de 2015 (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2015 às 10h34.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras reduziram a projeção de alta do IPCA em 2016, depois de ter ficado inalterada por seis semanas seguidas, ao mesmo tempo em que passaram a ver que o Banco Central vai voltar a cortar a taxa básica de juros mais tarde do que o esperado antes.
Pesquisa Focus do BC mostrou ainda nesta segunda-feira que, pela mediana, as expectativas para a Selic --hoje em 13,75 por cento ao ano-- para o final deste ano foram mantidas em 14,50 por cento, mas elevaram as contas para a inflação no período a 9,04 por cento, pouco acima dos 9 por cento do levantamento anterior.
Para o final de 2016, os especialistas reduziram a projeção de avanço do IPCA a 5,45 por cento, ante 5,50 por cento. Para 2017, não houve mudanças na expectativa, de alta de 4,70 por cento.
Para a política monetária, o cenário continua sendo de Selic a 14,50 por cento no fim de 2015, com alta de 0,5 ponto percentual na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom). Depois disso, eles continuaram vendo mais uma elevação de 0,25 ponto em setembro.
O Focus mostrou, por outro lado, que os especialistas deixaram de ver a primeira queda na taxa básica já em janeiro próximo, e agora veem o primeiro corte somente na reunião de abril do Copom, de 0,50 ponto percentual.
Até o fim de 2016, a Selic cairia a 12,06 por cento, patamar um pouco acima dos 12 por cento calculados no levantamento anterior.
Na semana passada, autoridades do BC fizeram algumas mudanças nos seus discursos para jogar para frente as perspectivas de cortes na taxa básica de juros, ao mesmo tempo em que já testa o campo para começar a sinalizar o fim do atual e austero ciclo de aperto monetário, segundo especialistas.
O BC vem reforçando que levará a inflação ao centro da meta no fim do próximo ano, de 4,5 por cento pelo IPCA, e quer mantê-la assim para além disso.
A meta de 2015 e 2016 é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos para mais ou menos. Para 2017, o centro do objetivo é o mesmo, mas com margem menor, de 1,5 ponto percentual.
A pesquisa Focus divulgada mais cedo também mostrou que, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa sofreu pequeno ajuste de piora, com a contração esperada agora em 1,50 por cento, sobre 1,49 por cento na semana anterior.
Embora o cenário seja de recuperação em 2016, as projeções vinham caindo consistentemente mas, agora, interromperam três semanas de pioras, com os economistas mantendo a perspectiva de crescimento de 0,50 por cento no próximo ano.