Economia

Focus: analistas deixam de acreditar em novo corte na Selic

A projeção é que a taxa básica de juros permaneça no atual patamar, 7,5% ao ano


	Reunião do Copom: a Selic tem sido reduzida desde agosto do ano passado pelo Comitê de Política Monetária do BC
 (Agência Brasil)

Reunião do Copom: a Selic tem sido reduzida desde agosto do ano passado pelo Comitê de Política Monetária do BC (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 09h34.

Brasília - As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) não esperam mais por cortes na taxa básica de juros, a Selic, este ano. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal do BC, elaborada com base em estimativas para os principais indicadores da economia.

Até o boletim divulgado na semana passada, a expectativa era que neste ano ainda seria feito um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. No boletim divulgado hoje (24) pelo BC, a projeção é que a Selic permaneça no atual patamar, 7,5% ao ano. Para o final de 2013, as instituições financeiras mantiveram a projeção de 8,25% ao ano.

Com a economia em ritmo mais lento, a taxa Selic, instrumento para calibrar os preços e influenciar a atividade econômica, tem sido reduzida desde agosto do ano passado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Na ata da última reunião do Copom, entretanto, o colegiado informou que se vier a ocorrer novo corte na Selic será feito com “máxima parcimônia”.

No último dia 14, o BC adotou uma outra medida que também gera influências na economia – a redução de depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC). A estimativa é que essa medida libere, nos próximos meses, em torno de R$ 30 bilhões do estoque atual de R$ 380 bilhões de depósitos compulsórios. Com mais dinheiro em circulação, a tendência é uma maior oferta de crédito na praça e uma melhor distribuição da liquidez no mercado interbancário.

Mesmo com a economia em ritmo mais lento, a expectativa é de alta dos preços. Na expectativa dos analistas, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar este ano em 5,35%, ante 5,26% previstos na semana passada. Essa foi a 11ª semana seguida de alta na projeção para 2012. Para o próximo ano, a estimativa permanece em 5,5%.

Cabe ao BC, perseguir a meta de inflação que tem como centro 4,5% e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. As projeções do mercado financeiro estão acima do centro da meta, mas abaixo do limite superior de 6,5%.

A pesquisa do BC aos analistas também traz estimativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que segue em 4,37%, neste ano, e passou de 4,83% para 4,8%.

A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 8,51% para 8,7%, este ano, e de 5,11% para 5,32%. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a alteração foi de 8,36% para 8,47%, este ano, e de 5,24% para 5,26%, em 2013.

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