Economia

FMI vê Brasil crescendo menos em 2015 e 2016

O país crescerá menos de um quarto do que a América Latina e Caribe neste ano


	Notas de real: o FMI reduziu com força a projeção para a expansão do PIB brasileiro em 2015 em 1,1 por ponto percentual, a apenas 0,3%
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Notas de real: o FMI reduziu com força a projeção para a expansão do PIB brasileiro em 2015 em 1,1 por ponto percentual, a apenas 0,3% (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 06h20.

São Paulo - O Brasil crescerá menos de um quarto do que a América Latina e Caribe neste ano, e sua recuperação não será das melhores em 2016, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira.

Em atualização do seu relatório "Perspectiva Econômica Global", o FMI reduziu com força a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015 em 1,1 por ponto percentual, a apenas 0,3 por cento.

O Fundo vê alguma recuperação no ano que vem, mas ainda assim também diminuiu suas contas para crescimento econômico a 1,5 por cento, contra 2,2 por cento anteriormente.

Para a América Latina e Caribe, as estimativas também foram reduzidas, mas ainda assim a perspectiva é de que a região cresça 1,3 por cento em 2015 e 2,3 por cento em 2016, 0,9 e 0,5 ponto percentual a menos que a projeção anterior.

Em relação a 2014, o FMI estima que o Brasil cresceu apenas 0,1 por cento, ante 0,3 por cento projetados em outubro.

Segundo o FMI, os preços menores do petróleo --que já perdeu metade de seu valor desde junho-- e de outros produtos vão impactar exportadores emergentes de commodities, como é o caso do Brasil, principalmente sobre o comércio e a receita real.

Ainda assim, em "muitas economias emergentes, o espaço de política macroeconômica para sustentar o crescimento permanece limitada. Mas em algumas, os preços menores do petróleo vão aliviar a pressão inflacionária e vulnerabilidades externas, permitindo assim aos bancos centrais não elevarem a taxa de juros ou elevá-las mais gradualmente", completou o FMI.

O Brasil vem enfrentando o difícil quadro de inflação elevada, que levou o Banco Central a iniciar novo ciclo de aperto monetário em outubro passado, mas com baixo crescimento e falta de confiança dos agentes econômicos diante do frágil quadro fiscal do país.

Por isso, a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já anunciou algumas medidas para tentar colocar as contas públicas em ordem.

As projeções do FMI para o Brasil estão em linha com as de economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central, que veem expansão de 0,12 por cento em 2014, 0,38 por cento neste ano e 1,80 por cento em 2016.

EMERGENTES As perspectivas para o Brasil também ficam bem aquém daquelas para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento, mesmo com contração prevista para a Rússia neste ano e no próximo.

Para essas economias como um todo, o FMI vê expansão de 4,3 e 4,7 por cento em 2015 e 2016, 0,6 e 0,5 ponto percentual respectivamente a menos do que em outubro.

Entre os fatores que o Fundo cita como determinantes para essa redução, estão o menor crescimento na China, projetado em 6,8 por cento neste ano contra 7,1 por cento anteriormente. Para 2016 a perspectiva caiu a 6,3 por cento, contra 6,8 por cento.

"O crescimento do investimento na China desacelerou no terceiro trimestre de 2014, e os principais indicadores apontam que vão continuar diminuindo", informou o FMI. "A desaceleração do crescimento chinês também produzirá efeitos regionais significativos, o que explica, em parte, as revisões em baixa do crescimento para grande parte das economias emergentes da Ásia", acrescentou o FMI.

O FMI também cita o cenário mais fraco na Rússia, cujas reduções nas estimativas foram ainda mais drásticas, refletindo o impacto dos preços mais baixos do petróleo e das tensões geopolíticas. Para 2015, a expectativa de crescimento econômico caiu 3,5 pontos percentuais, chegando à contração de 3 por cento, e para 2016 a redução foi de 2,5 pontos, para contração de 1 por cento.

O FMI também piorou seu cenário para a economia global, prevendo expansão de 3,5 e 3,7 por cento em 2015 e 2016, respectivamente. Em ambos os cados, as contas foram reduzidas em 0,3 ponto percentual.

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