Economia

FMI vê ajustes em imposto de renda como solução para China melhorar sua política fiscal

Fundo considera que o país terá de tomar várias medidas para equilibrar seu endividamento e melhorar a arrecadação

Sede do FMI, em Washington (OLIVIER DOULIERY/AFP/Getty Images)

Sede do FMI, em Washington (OLIVIER DOULIERY/AFP/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 19h27.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2024 às 19h51.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que a estabilização da dívida pública e a garantia de um crescimento inclusivo da China demandam uma reformulação de sua política fiscal. O Fundo considera que o país terá de tomar várias medidas para equilibrar seu endividamento e melhorar a arrecadação, que incluiriam um aumento de impostos sobre a renda das pessoas físicas e a redução dos subsídios ao setor imobiliário, quando houver uma normalização desse mercado.

O Fundo calcula que o pacote de reformas pode aumentar a proporção da arrecadação ante o tamanho do produto interno bruto (PIB) entre 5 e 6 pontos percentuais ao longo dos próximos cinco anos, com cerca de metade desse montante sendo canalizada para governos locais com dificuldades financeiras.

As medidas também aumentariam a eficiência econômica, reduziriam a desigualdade, além de gerar estabilização cíclica do sistema fiscal, apoiando o consumo privado, diz o FMI em relatório sobre questões selecionadas do país asiático, preparado pelo seu staff e divulgado nesta sexta-feira.

O aumento da dependência do imposto sobre a renda das pessoas físicas seria um dos caminhos para ajudar o país asiático na consolidação fiscal. Mas os esforços a curto prazo devem se concentrar em medidas como o aumento da tributação do capital, reversão das medidas de alívio adotadas na pandemia e aceleração da reforma da taxação internacional.

Nos anos subsequentes, a China poderia passar a adotar taxas de imposto específicas e mais elevadas; ajustar o calendário do imposto de renda para aumentar as taxas médias, além de reduzir os níveis de contribuição à seguridade social.

No país, a contribuição conjunta de empregados e empregadores para a seguridade social responde por 38,5% dos custos do trabalho, ante uma média de 30% nos países do G20, o grupo das 20 principais economias do globo. As contribuições para a rede de seguridade social são "descomunais" em relação a outros países, pontua o FMI.

A introdução de um imposto predial em todo o país, a diminuição das alíquotas de imposto sobre o valor agregado e o aumento da arrecadação proveniente de licenças de emissão de carbono são outras recomendações do FMI para uma melhora do quadro fiscal.

Subsídios imobiliários

Quando o mercado imobiliário convergir para o seu novo equilíbrio e a proteção social for reforçada, as autoridades devem reduzir gradualmente os subsídios, como a dedução fiscal dos pagamentos de juros em hipotecas ou a isenção fiscal sobre contribuições para o fundo de previdência habitacional.

Um verdadeiro imposto nacional sobre a propriedade contribuiria muito para aumentar a eficiência e a justiça do sistema tributário, diz o Fundo.

Acompanhe tudo sobre:FMIChinaRestituição do Imposto de Renda

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE