Economia

FMI: riscos de baixa para projeções de crescimento da China se acumulam

Na avaliação do FMI, a recuperação da China está "bem avançada", mas é "desequilibrada" e perde impulso

Investidores estão fugindo da China. E isso poderia beneficiar o Brasil (Thomas Peter/Reuters)

Investidores estão fugindo da China. E isso poderia beneficiar o Brasil (Thomas Peter/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2021 às 10h09.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresça 8,0% neste ano e 5,6% em 2022, mas adverte que os "riscos de baixa" para a projeção "estão se acumulando". O alerta está em comunicado do Fundo, após ele concluir missão no país, no âmbito do Artigo IV das normas da instituição, e as projeções de PIB mencionadas são as mesmas do relatório de outubro do Fundo sobre a perspectiva global.

Na avaliação do FMI, a recuperação da China está "bem avançada", mas é "desequilibrada" e perde impulso. Para assegurar crescimento balanceado, inclusivo e verde, as políticas macroeconômicas precisam apoiar o quadro, recomenda. O Fundo pede que Pequim atue para reduzir vulnerabilidades financeiras e acelere reformas estruturais para elevar a produtividade e sustentar um crescimento de "alta qualidade no longo prazo".

O FMI nota que, apesar de avanços na vacinação, variantes mais contagiosas da covid-19 são um desafio também na China. A desaceleração econômica no país é atribuída à retirada rápida de apoio político e a uma recuperação lenta do consumo, em meio a surtos da covid-19 e de medidas de lockdown "recorrentes".

Problemas recentes com falta de energia e uma desaceleração no investimento do setor imobiliário, relacionada a um esforço em andamento para reduzir a alavancagem neste setor, também pesam sobre o crescimento, aponta o FMI. Um aperto regulatório em setores de tecnologia contribui para maior incerteza política, adverte.

As projeções para a economia da China devem ser atualizadas pelo staff do FMI em janeiro, diz o comunicado. Para o Fundo, com núcleo da inflação ao consumidor baixo e ociosidade na economia, a política monetária do país agora deve ser acomodatícia, com o apoio também do lado fiscal. Uma flexibilidade maior no câmbio ajudará a facilitar o ajuste a circunstância externas que mudam, acredita também o FMI.

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