Economia

FMI reduz previsão de crescimento do Brasil para 2014

O Fundo reduziu drasticamente a previsão de crescimento da economia brasileira, com redução percentual em relação a estimativas de julho


	Real: cifra coincide com expansão que figura nas últimas previsões do mercado
 (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

Real: cifra coincide com expansão que figura nas últimas previsões do mercado (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 12h40.

São Paulo - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu drasticamente nesta terça-feira a previsão de crescimento da economia brasileira para 2014, com uma queda percentual em relação a suas estimativas de julho, a 0,3%.

A cifra coincide com o 0,29% de expansão que figura nas últimas previsões de mercado para a maior economia da América Latina, em recessão técnica depois de dois trimestres consecutivos de contração do crescimento.

Esta redução é uma das mais importantes que figuram no relatório semestral de perspectivas do FMI, anterior a sua assembleia esta semana em Washington.

O diagnóstico do organismo internacional assinala um crescimento muito abaixo do 0,7% esperado pelo Banco Central brasileiro neste ano de eleições, no qual a presidente Dilma Rousseff, muito criticada pelos analistas econômicos, busca a reeleição.

"O crescimento para o Brasil em 2014 está agora projetado a 0,3%. Uma competitividade frágil, baixa confiança dos empresários e condições financeiras mais ajustadas (com aumentos de taxas de juros desde abril de 2014) restringem o investimento", alerta o Fundo.

O Brasil atravessa o quarto ano consecutivo de crescimento moderado: depois de uma alta do PIB em 2010, a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011, 1% em 2012 e 2,5% em 2013.

O FMI também reduziu a previsão de crescimento para a América Latina e o Caribe a 1,3%, 0,7 ponto a menos que sua previsão de julho.

"O crescimento seguiu caindo em 2014 em toda a região, refletindo uma desaceleração na demanda externa assim como uma situação doméstica mais frágil nos países do subcontinente", estimou o FMI.

Já para os Estados Unidos, o FMI aumentou levemente a previsão de crescimento em 2014, e comemorou a melhora no mercado de trabalho e saneamento das finanças dos consumidores.

O organismo prevê que os Estados Unidos crescerão 2,2% em 2014 (0,5 ponto a mais que no relatório de junho) e 3,1% em 2015.

A zona do euro o crescimento revisado em baixa: 0,8% em 2013 (1,1% nas previsões de julho) e 1,3% em 2015 (1,5%), segundo as novas projeções do organismo.

Para o FMI, a recuperação econômica, que "praticamente se deteve desde o início do ano, continua frágil e desigual" entre os diferentes países, com taxas de desemprego elevadas, uma inflação muito baixa e pouco investimento.

O FMI assinalou que o crescimento na Espanha continuou e terá uma expansão de 1,3% em 2014 e 1,7% em 2015 (+0,1% para ambos). Já a economia da Itália terá contração de 0,2% em 2014 (em julho previa crescimento de 0,3%) e no próximo ano terá expansão de 0,8% (1,1%).

Na Alemanha, primeira economia da zona euro, o FMI revisou seu crescimento em baixa, a 1,4% em 2014 (1,9%) e 1,5% em 2015 (1,7%).

O crescimento da segunda economia da Eurozona, França, freou na primeira metade de 2014 e as previsões foram revisadas em baixa a 0,4% para este ano (0,7%) e 1% para 2015 (1,4%).

O FMI, no entanto, confirmou o crescimento de 7,4% para a economia chinesa em 2014, mas advertiu sobre os riscos em curso prazo em um mercado imobiliário reaquecido.

"Em linha com os objetivos do governo chinês", a segunda economia mundial manterá um crescimento elevado este ano, graças principalmente a medidas de apoio à atividade, segundo as previsões mundiais do FMI.

Por outro lado, a economia do Japão está ameaçada de estagnação.

"À luz da contração mais importante que o previsto no segundo trimestre, o PIB deverá crescer apenas 0,9% em 2014, quando o relatório anterior mencionava de 1,6%.

*Atualizada às 12h40 do dia 07/10/2014

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