FMI: a realidade latino-americana esconde "diferenças econômicas sub-regionais" (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 12h38.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Argentina, Venezuela e Equador se somem ao Brasil e fechem 2016 em recessão, arrastando assim a região para seu segundo ano consecutivo de crescimento negativo, estimado em 0,3%, informou nesta sexta-feira o organismo.
Em sua atualização das previsões dentro de seu Relatório de "Perspectivas Econômicas Regionais" o Fundo previu contração da economia da Argentina em 2016 de 1%, comparada com o 0,7% de há três meses; de 8% para a Venezuela, contra 6% de outubro passado; e Equador, que entrará também em terreno negativo, embora de maneira mais leve, após as previsões de apenas 0,1% antecipadas.
Por sua vez, as economias de Colômbia (2,7%), Chile (2,1%) e Peru (3,3%), apesar dos ajustes devido ao complexo panorama global, mantêm "um crescimento positivo de entre 2% e 3% para 2016", disse Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI em entrevista coletiva.
Werner qualificou o começo de 2016 como "difícil" devido "à recente volatilidade financeira, consequência da incerteza sobre a desaceleração econômica na China, a queda dos preços das matérias-primas e as divergentes políticas monetárias aplicadas pelas economias avançadas".
De acordo com os dados do Fundo, a realidade latino-americana esconde "diferenças econômicas sub-regionais".
"Apesar de a América do Sul ser fortemente afetada pela queda dos preços das matérias-primas, México, América Central e Caribe se beneficiam do fortalecimento da economia dos Estados Unidos e, na maioria dos casos, do barateamento do petróleo", explicou Werner.
O México crescerá em 2016 2,6%, dois décimos abaixo do que o FMI previa em outubro, enquanto que a América Central 4,2% e Caribe 3,9 %.