Economia

FMI irá avançar em discussão sobre reformas sem Washington

Diretora-chefe disse que o FMI está pronto para discutir maneiras de avançar sem os Estados Unidos, em reformas que dariam a emergentes maior poder de voto


	Diretora-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde: países do grupo dos BRICS podem ser beneficiados
 (Charles Platiau/Reuters)

Diretora-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde: países do grupo dos BRICS podem ser beneficiados (Charles Platiau/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 15h22.

Washington - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta sexta-feira que o Fundo está pronto para discutir maneiras de avançar sem os Estados Unidos em reformas que dariam aos mercados emergentes maior poder de voto na instituição.

Países-membros do FMI chegaram a acordo sobre a chamada reforma de cotas em 2010, com o forte apoio da administração Obama, mas o Congresso dos Estados Unidos, até agora, não conseguiu aprovar as mudanças.

Parlamentares dos EUA estão se preparando para encerrar as atividades do ano sem dar apoio às reformas, ou seja, o país vai perder o prazo que o G20 tinha definido para a ação.

"Eu manifestei a minha decepção com as autoridades norte-americanas e espero que continuem a trabalhar em direção a uma ratificação rápida", disse Lagarde, em comunicado.

"Conforme solicitado por nossos membros, vamos agora avançar para discutir alternativas para o avanço nas reformas de cotas e governança e garantir que o Fundo tenha recursos suficientes, começando com uma reunião do Conselho Executivo em janeiro de 2015", disse ela.

As mudanças acertadas dobrariam os recursos do Fundo e dariam mais poder de voto no FMI para países como o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Elas também renovariam a diretoria do FMI para reduzir a dominância da Europa Ocidental.

Alguns republicanos no Congresso dos EUA disseram que as mudanças custariam muito em um momento em que Washington estava com grandes déficits orçamentários. As reformas também entraram em conflito com a crescente tendência isolacionista entre a ala Tea Party do partido.

Acompanhe tudo sobre:Christine LagardeEconomistasEstados Unidos (EUA)FMIPaíses emergentesPaíses ricos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo