Alberto Fernández: candidato foi eleito neste domingo como próximo presidente da Argentina (Ricardo Moraes/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de outubro de 2019 às 21h12.
Buenos Aires — O governo da Argentina disse nesta segunda-feira (28) que o país retomará o diálogo com o Fundo Monetário Internacional assim que o presidente eleito, Alberto Fernández, defina a equipe que negociará com a instituição.
"Nos últimos 20 dias, nós fomos duas vezes ao FMI representando a Argentina, não um governo em particular, porque nos parece que a continuidade dessa relação é importante para o nosso país, independente de qual seja o governo", afirmou o ministro de Economia da Argentina, Hernán Lacunza, em entrevista coletiva.
"Com esses interlocutores, continuaremos conversando com o Fundo. É preciso dialogar com eles de maneira formal e institucional, então precisamos dessa designação de interlocutores formais", completou Lacunza.
O ainda presidente da Argentina, Mauricio Macri, derrotado em primeiro turno por Fernández nas eleições realizadas ontem, firmou no ano passado um acordo de auxílio financeiro de US$ 56,3 bilhões com o FMI. Até o momento, a instituição já repassou ao país US$ 44 bilhões.
O próximo repasse, de US$ 5,4 bilhões, que deveria ter ocorrido em setembro, foi congelado devido às eleições. Fernández critica o acordo firmado por Macri e deseja renegociar com o FMI os prazos para o pagamento do empréstimo feito por seu antecessor.
Lacunza explicou que, nas duas últimas reuniões com o FMI, o governo de Macri trabalhou para facilitar a conversa entre os opositores, agora eleitos, e a organização.
"Aproveitamos essas reuniões para que, uma vez eleito o governo, como ocorreu ontem, não houvesse tempo a perder em deliberações sobre as projeções fiscais e monetárias deste ano", explicou Lacunza.
O ministro que revelou que comunicou hoje ao FMI as medidas anunciadas na noite de ontem, após os resultados das eleições, pelo Banco Central da Argentina, que reduziu de US$ 10 mil para US$ 200 o limite de compra de dólares no país. O objetivo da restrição, segundo o governo de Macri, é conter a queda das reservas cambiais.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, parabenizou Fernández pela vitória nesta segunda-feira. Em mensagem publicada no Twitter, a economista búlgara disse estar disposta a trabalhar com o novo governo para "encarrar os desafios econômicos" do país.
"Parabéns ao presidente eleito Alberto Fernández pela sua eleição. Esperamos trabalhar com seu governo para encarar os desafios econômicos da Argentina e promover um crescimento inclusivo e sustentável que beneficie todos os argentinos", afirmou Georgieva.