Economia

FMI emite "declaração de censura" contra Venezuela por falta de dados

Fundo destacou que fornecimento adequado de dados é primeiro passo essencial para compreender a crise econômica do país e identificar as possíveis soluções

Venezuela: pais está há mais de 10 anos sem submeter-se à avaliação econômica anual do FMI (NatanaelGinting/Thinkstock)

Venezuela: pais está há mais de 10 anos sem submeter-se à avaliação econômica anual do FMI (NatanaelGinting/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 2 de maio de 2018 às 17h44.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu nesta quarta-feira uma "declaração de censura" contra a Venezuela, imersa em uma profunda recessão, por não fornecer dados oficiais sobre a evolução econômica do país.

"O FMI emitiu uma declaração de censura contra a Venezuela por não ter implementado as medidas corretivas nem ter cumprido com sua obrigação", indicou o Fundo em comunicado.

O FMI acrescentou, além disso, que "o fornecimento adequado de dados constitui um primeiro passo essencial para compreender a crise econômica da Venezuela e identificar as possíveis soluções".

O organismo dirigido por Christine Lagarde deu seis meses mais à Venezuela, que está há mais de 10 anos sem submeter-se à avaliação econômica anual do FMI, para entregar esta informação.

Como consequência, a Venezuela fica impedida de ter acesso a recursos da instituição financeira internacional e, se continuar sem entregar os dados requeridos, poderia perder seu direito de voto no seio do organismo e até mesmo ser expulso.

Na sua recente assembleia de primavera, o Fundo catalogou como "dramática" a situação que se vive na Venezuela, cuja economia se contrairá 15% este ano e 6% em 2019.

Além disso, prevê que a inflação na Venezuela ronde 14.000% em 2018, alimentada pela perda de confiança na moeda nacional, uma situação piorada pelo colapso na produção de petróleo e sua exportação.

O processo é similar ao iniciado contra a Argentina em 2013 perante as dúvidas geradas por suas estatísticas macroeconômicas durante o governo de Cristina Kirchner, e que acabou sendo revertido após a chegada ao poder de seu sucessor, Mauricio Macri, em 2015.

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