Economia

FMI eleva com força estimativa para inflação no Brasil em 2021

O Fundo passou a estimar uma alta de 7,9% do IPCA para este ano, contra 4,5% em sua última projeção para a inflação, feita em abril

Inflação alta diminui poder de compra da população. (Leandro Fonseca/Exame)

Inflação alta diminui poder de compra da população. (Leandro Fonseca/Exame)

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Reuters

Publicado em 12 de outubro de 2021 às 10h11.

Última atualização em 12 de outubro de 2021 às 12h16.

A projeção do Fundo Monetário Internacional para a alta dos preços no Brasil este ano aumentou de forma expressiva em meio às pressões inflacionárias globais, ao mesmo tempo em que o cenário para o crescimento piorou.

O Fundo passou a estimar uma alta de 7,9% do IPCA para este ano, contra 4,5% em sua última projeção para a inflação, feita em abril. Ao mesmo tempo, aumentou a conta para 2022 a 4,0%, de 3,5% antes.

Para este ano, a projeção supera o teto da meta de inflação oficial, mas para 2022 fica dentro da margem de tolerância -- o centro da meta do Banco Central para a inflação em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Mesmo com o ajuste, o cenário do FMI para a inflação este ano ainda é bem mais fraco do que a taxa de 8,59% prevista pelo mercado no último relatório Focus do BC. Para 2022, o resultado esperado pelo Fundo também é menor, dado que os analistas no Focus calculam uma alta do IPCA de 4,17%.

Por sua vez, o BC estima inflação de 8,5% ao final de 2021 e de 3,7% em 2022, enquanto o governo prevê altas do IPCA de 7,9% em 2021 e de 3,75% em 2022.

"Olhando à frente, a inflação (no mundo) deve atingir o pico nos últimos meses de 2021, devendo retornar aos níveis pré-pandemia até meados de 2022 tanto para economias avançadas quanto países dos mercados emergentes, e com riscos voltados para cima", disse o FMI no relatório Perspectiva Econômica Global, destacando a necessidade de uma comunicação clara combinada com políticas fiscal e monetária adequadas para contextos específicos dos países.

De olho nas pressões inflacionárias no Brasil, o BC elevou a taxa básica de juros Selic a 6,25% ao ano em setembro, e indicou que irá avançar em "território contracionista" ao dar sequência ao seu agressivo ciclo de aperto monetário para domar uma inflação que tem se mostrado mais persistente e disseminada.

PIB

As projeções do FMI para a economia brasileira também pioraram. O crescimento do Produto Interno Bruto foi agora calculado em 5,2% este ano e em 1,5% em 2022, reduções respectivamente de 0,1 e 0,4 ponto percentual sobre a estimativa de julho, a última para o PIB.

Para o BC, a economia brasileira deverá apresentar um crescimento de 4,7% neste ano e de 2,1% para o próximo, contra estimativas do governo de 5,3% este ano e de 2,5% no ano que vem.

O cenário do FMI para o Brasil fica bem aquém daquele previsto para os Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento, que inclui o Brasil --o grupo deve ter um crescimento de 6,4% este ano e 5,1% no próximo.

Também é bem mais fraco do que as perspectivas para a América Latina e Caribe, de expansões de 6,3% e 3,0% respectivamente.

O FMI ainda calculou que a taxa de desemprego brasileira ficará em 13,8% este ano e 13,1% em 2022, o que representa melhora ante as taxas previstas em abril de 14,5% e 13,2%.

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