Economia

FMI e Banco Mundial alertam para empréstimos da China

Peso da dívida para países em desenvolvimento pode causar crises; na África, 17 países precisaram da ajuda dos chineses

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse que os altos níveis da dívidas e o número de devedores não estão em conformidade com os padrões internacionais (Denis Balibouse/Reuters)

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse que os altos níveis da dívidas e o número de devedores não estão em conformidade com os padrões internacionais (Denis Balibouse/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de abril de 2019 às 19h07.

A crescente influência da China nos países em desenvolvimento por meio da concessão de empréstimos é acompanhada pelas principais instituições financeiras internacionais, diante de preocupações de que o peso desta dívida e suas condições possam levar a uma crise.

Os grandes credores internacionais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), estão pedindo mais transparência sobre montantes e termos e alertaram governos a não acumular dívidas demais.

Nas reuniões de primavera (boreal) do organismo, nesta quinta-feira, o recentemente nomeado presidente do BM, David Malpass, alertou que "17 países africanos já estão em alto risco e que o número cresce à medida que são empreendidos novos contratos e que eles não são suficientemente transparentes".

Em declarações separadas, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, disse que os altos níveis da dívida e o número de devedores não estão em conformidade com os padrões internacionais, o que complica os esforços futuros para reestruturar as dívidas desses países.

"Tanto o Banco Mundial como o FMI estão trabalhando juntos para trazer mais transparência e ser mais capazes de identificar empréstimos, termos, condições, volumes e prazos", disse Lagarde em entrevista coletiva.

A funcionária afirmou que a instituição incentiva constantemente os devedores a se conformarem o máximo possível aos princípios estabelecidos por organizações como o Clube de Paris e o G20.

Malpass reconheceu que o acesso a empréstimos pode ajudar as economias a crescer, mas "isso não é feito de maneira transparente, com um bom resultado com relação à construção da dívida e depois acaba sendo um fardo para a economia".

Ele alertou que "a história está cheia desse tipo de situação em que muita dívida pesa sobre as economias".

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