Economia

FMI diz que Brasil se recupera de desaceleração

Fundo elogiou o foco do Brasil em reformas para melhorar os problemas do lado da oferta

Trabalhadores em uma obra no Rio de Janeiro: Brasil está no terceiro ano de crescimento lento mesmo diante de esforços de estímulos oferecidos pelo governo (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhadores em uma obra no Rio de Janeiro: Brasil está no terceiro ano de crescimento lento mesmo diante de esforços de estímulos oferecidos pelo governo (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 17h00.

Brasília - A economia brasileira está se recuperando gradualmente da desaceleração que começou em meados de 2011, mas mais esforços para impulsionar a produtividade, a competitividade e os investimentos são cruciais para melhorar o crescimento, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.

Em relatório feito com base em consultas anuais junto a autoridades econômicas do país, o FMI elogiou o foco do Brasil em reformas para melhorar os problemas do lado da oferta, afirmando que isso vai impulsionar o investimento e aliviar os gargalos de infraestrutura.

A maior economia da América Latina está no terceiro ano de crescimento lento mesmo diante de esforços de estímulos oferecidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff através de isenções fiscais para aumentar a produção industrial.

"Depois de um período prolongado de fraqueza, o investimento começou a se recuperar nos últimos trimestres enquanto a confiança empresarial se firmou", mostrou o relatório.

O relatório informou ainda que será importante para o Brasil elevar a poupança doméstica, melhorar o mecanismo de indexação do salário mínimo e continuar a reformar seu sistema previdenciário.

O desemprego baixo e fortes ganhos salariais reais mantiveram o consumo forte e, com a economia operando perto do potencial, os problemas de oferta afetaram o crescimento e alimentaram a inflação, de acordo com o relatório.


O FMI aprovou o início de um ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, que deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, para 9 por cento.

O BC iniciou em abril um agressivo aperto monetário que levou a taxa básica de juros da mínima recorde de 7,25 por cento para os atuais 8,5 por cento.

"Além dos obstáculos das condições externas, problemas do lado da oferta doméstica e incertezas políticas podem estar afetando o crescimento no curto prazo", completou o relatório.

O FMI afirmou que será importante para o Brasil aumentar a poupança doméstica, melhorar o mecanismo de indexação do salário mínimo e continuar a reformar o sistema previdenciário.

"Outros esforços para fomentar o investimento privado deveriam incluir a melhora do sistema tributário e das condições empresariais", informou o FMI.

O FMI disse ainda que o Sistema Financeiro Nacional é sólido e bem posicionado para implementar as exigências de capital de Basileia III com antecedência. Mas alertou que os créditos das famílias e o imobiliário continuam em níveis de risco e exigem vigilância.

A flexibilidade da taxa cambial continua sendo o melhor colchão para amortecer a turbulência financeira externa, desde que intervenções no mercado cambial fiquem limitadas a moderar a volatilidade excessiva, disse o FMI.

Acompanhe tudo sobre:Crescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraFMI

Mais de Economia

Chinesa GWM diz a Lula que fábrica em SP vai produzir de 30 mil a 45 mil carros por ano

Consumo na América Latina crescerá em 2025, mas será mais seletivo, diz Ipsos

Fed busca ajustes 'graduais' nas futuras decisões sobre juros