Economia

FMI desenha panorama sombrio em caso de Brexit

A saída do Reino Unido como resultado do referendo de 23 de junho "seria uma risco importante" para a economia mundial, declarou Lagarde


	Christine Lagarde: "Uma hipótese no caso de saída é uma recessão técnica" da economia britânica, citou Lagarde
 (JOHN THYS/AFP)

Christine Lagarde: "Uma hipótese no caso de saída é uma recessão técnica" da economia britânica, citou Lagarde (JOHN THYS/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2016 às 17h23.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, declarou nesta sexta-feira que não há nenhum aspecto positivo de uma potencial saída do Reino Unido da União Europeia (UE), e afirmou que esta é uma questão que envolve todo o mundo.

A saída do Reino Unido como resultado do referendo de 23 de junho "seria uma risco importante" para a economia mundial, declarou Lagarde em uma conferência em Londres.

"Não é uma questão interna, é uma questão internacional", insistiu.

Analisando a situação posterior a uma eventual saída britânica da UE, ela traçou um cenário sombrio, em que nada é positivo. "Tudo irá de mau a pior, a muito, muito ruim", afirmou.

"Nos últimos seis meses, não lembro de ter estado em um país onde alguém não tenha me perguntado sobre as consequências econômicas do Brexit", relatou a chefe do FMI.

"Uma hipótese no caso de saída é uma recessão técnica" da economia britânica, citou Lagarde como um exemplo.

A intervenção Lagarde coincide com a publicação do relatório anual do FMI sobre a economia britânica, dedicado desta vez às consequências de uma saída da UE.

"A vitória da saída levaria a um período prolongado de incerteza, traria volatilidade aos mercados financeiros e impactaria o crescimento", alerta o FMI em seu balanço anual.

Com base na análise de vários especialistas, o FMI calcula que o Produto Interno Bruto britânico seria entre 1,5% e 9,5% menor no caso de saída e adverte que Londres poderia perder o status de centro financeiro mundial.

"Outro risco é o de que os mercados poderiam antecipar as consequências perniciosas, com uma reação abrupta à vitória da opção de deixar a UE que aceleraria a irrupção dos custos", completa a instituição.

Antes de Lagarde, o ministro britânico das Finanças, George Osborne, discursou e foi enfático: "Se votarmos pela saída, as famílias britânicas serão mais pobres e o Reino Unido será mais pobre".

Na quinta-feira, o Banco da Inglaterra (BoE) afirmou que a incerteza criada pelo referendo já está afetando o crescimento.

"Há sinais crescentes de que a incerteza relacionada ao referendo da UE começou a pesar na atividade econômica", destacou a instituição, depois de manter a taxa básica de juros em 0,5%.

A vitória da saída da UE, o 'Brexit', "poderia materialmente alterar as perspectivas de produção e inflação", segundo o BoE.

O banco prevê que o crescimento do PIB será de 2% em 2016, 0,2% a menos que a estimativa de fevereiro. Em 2017, o avanço deve ser de 2,2%, um décimo a menos que na estimativa anterior

Acompanhe tudo sobre:EuropaFMIPaíses ricosReino UnidoUnião Europeia

Mais de Economia

Estamos performando melhor, diz Haddad sobre descongelamento de R$ 1,7 bi do Orçamento

Free Flow: a revolução do transporte rodoviário no Brasil

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025