Economia

FMI anuncia que enviará equipe técnica à Argentina

O FIM afirmou estar acompanhando de perto os recentes eventos na Argentina, com a crise econômica provocada após a derrota de Mauricio Macri as primárias

Argentina: Bolsa de valores voltou a ter forte queda nesta terça (20) (Getty Images/Getty Images)

Argentina: Bolsa de valores voltou a ter forte queda nesta terça (20) (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de agosto de 2019 às 21h36.

Washington — O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (20) que mandará em breve uma equipe técnica à Argentina, país imerso em uma fase de grande incerteza política e que conta com um plano de resgate aprovado pela organização.

"Uma equipe técnica do FMI viajará para Buenos Aires em breve", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, em comunicado, sem dar mais detalhes sobre a data da visita.

Rice disse que o FMI está acompanhando de perto os recentes eventos na Argentina, uma referência à grande derrota do atual presidente do país, Mauricio Macri, nas eleições primárias para o candidato peronista Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como companheira de chapa.

Macri havia assinado plano de resgate de US$ 57 bilhões com o FMI, um acordo muito criticado pela oposição. Com o triunfo de Fernández, o peso argentino despencou, a bolsa de valores teve um de seus piores dias da história e o risco-país disparou.

"Estamos em diálogo contínuo com as autoridades, enquanto eles trabalham para lidar com a difícil situação que o país enfrenta", disse Rice.

O anúncio da visita da equipe técnica do FMI ocorre pouco depois de Macri trocar o comando do Ministério da Fazenda. Nicolás Dujovne renunciou ao cargo no sábado e foi substituído por Hernán Lacunza, que prometeu cumprir a meta fiscal firmada com a organização internacional e tentar estabilizar o valor do peso argentino frente ao dólar.

O FMI já repassou à Argentina US$ 44,1 bilhões do empréstimo assinado em 2018. O acordo, do tipo "stand-by", prevê uma forte intervenção da organização internacional na elaboração da política econômica nacional.

 

O acordo e a situação econômica do país foram muito exploradas pelos opositores de Macri na campanha para as eleições primárias. Depois de vencer o atual presidente por uma vantagem de 15 pontos percentuais, Fernández é o favorito a vencer a disputa pela Casa Rosada em outubro.

Em julho, o FMI rebaixou as previsões para a economia da Argentina. Segundo as projeções da organização, o PIB do país deve recuar 1,3% neste ano e crescer 1,1% em 2020. Já a inflação deve fechar 2019 em 40%, valor superior aos 30,5% calculados inicialmente.

Bolsa

Nesta terça, a Bolsa de valores de Buenos Aires voltou a ter desempenho muito ruim. O índice S&P Merval fechou nesta terça em forte queda de 10,45%, para 27.230,62 pontos, o que mostra que a forte turbulência no mercado argentino na semana passada devido ao resultado das eleições primárias parece longe de se dissipar. Já o Índice Geral S&P/BYMA despencou 10,51%, para 1.177.060,85 pontos.

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