FMI: a instituição se preocupa com a falta de cautela na hora de fazer empréstimos (Reprodução/Bloomberg)
EFE
Publicado em 3 de outubro de 2017 às 11h51.
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um alerta nesta terça-feira sobre o crescente e "perigoso" auge do endividamento das famílias, estimulado pelas baixas taxas de juros, o que aumenta o risco de uma nova crise financeira, após a de 2008-09.
"Dada a ampla miséria causada pela crise, pode-se pensar que as pessoas ficaram mais cautelosas na hora de fazer empréstimo. Surpreendentemente, esse não é o caso", diz o relatório de Estabilidade Financeira Global apresentada hoje.
A instituição financeira apontou que, desde 2008, a dívida média das famílias como proporção do PIB subiu de 52% em 2008 para 63% em 2016 nas economias avançadas, enquanto nas emergentes o aumento foi de 15% para 21%.
"A dívida movimenta a economia. Permite que as pessoas façam grandes investimentos hoje, como comprar uma casa ou ir à universidade, mediante o compromisso de obter receitas futuras", acrescentou.
O economista do FMI e um dos autores do relatório, Nico Valcxx, ressaltou que "não há um problema na teoria. Mas como a crise financeira global mostrou, o rápido aumento da dívida das famílias, especialmente hipotecas, pode ser perigoso".
Esse panorama eleva o risco perante o início da retirada do estímulo monetário aplicado para impulsionar a economia por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e os prognósticos sobre o Banco Central Europeu (BCE) fazer o mesmo num futuro próximo.
O FMI apresentará na próxima semana em Washington suas projeções macroeconômicas globais no marco da Assembleia Anual do organismo, que reunirá os principais líderes econômicos mundiais de 10 a 15 de outubro.