Christine Lagarde: "Nos últimos anos a recuperação econômica foi fraca e frágil, e essa situação continua" (JOHN THYS/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 14h19.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou nesta quarta-feira contra o protecionismo e as restrições ao comércio, afirmando que a economia global corre o risco de um crescimento baixo de forma prolongada.
A funcionária disse que a atual recuperação econômica global ainda é "muito fraca" depois da crise de 2008. De acordo com Lagarde, as economias avançadas sofrem uma dolorosa desigualdade, e nas economias em desenvolvimento correntes populistas ameaçam os progressos da última década.
"Nos últimos anos a recuperação econômica foi fraca e frágil, e essa situação continua", disse Lagarde em um discurso na Northwestern University, perto de Chicago.
Isso é verdade "especialmente nas economias avançadas, onde embora haja sinais positivos, a perspectiva geral de crescimento permanece pressionada", disse.
Na opinião de Lagarde, "continuamos enfrentando o problema de um crescimento global muito baixo por muito tempo e em benefício de muito poucos".
O discurso de Lagarde acontece uma semana antes da assembleia de primavera (boreal) do FMI e do Banco Mundial, em que os banqueiros do mundo todo se reúnem para discutir o funcionamento da economia mundial.
Por isso, os temas mencionados por Lagarde em seu discurso desta quarta-feira podem ser centrais na agenda das reuniões.
Recentemente, Lagarde alertou que o alto endividamente, uma demanda frágil e forças produtivas desgastadas estariam fragilizando os incentivos aos investimentos e desacelerando a produtividade.
Este quadro ameaça criar o que se chamou de "armadilha do baixo crescimento".
A dirigente máxima do FMI mencionou algumas razões para o otimismo, como o fortalecimento do mercado de trabalho e a redução da pobreza nos Estados Unidos, esforços da China e da Índia para alcançar um crescimento sustentável, assim como sinais de melhora no Brasil e na Rússia.
No entanto, apontou que a queda nos preços das commodities, que afeta sobretudo os países pobres, é particularmente grave.