Economia

Fluxo financeiro nunca se recuperou depois da crise de 2008

Fluxo de recursos financeiros caiu de 21% para 7% do PIB mundial depois da crise de 2008, de acordo com trabalho da McKinsey sobre conexões econômicas

Vista do centro financeiro de Londres: Europa com problemas (Shaun Curry/AFP)

Vista do centro financeiro de Londres: Europa com problemas (Shaun Curry/AFP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 30 de junho de 2014 às 16h51.

São Paulo - As últimas décadas viram um aumento vertiginoso do comércio e das trocas de dados entre os países, mas a situação é um pouco diferente no que se trata de recursos financeiros e circulação de pessoas.

As conclusões são de uma ampla pesquisa da McKinsey que analisou 131 países e 5 tipos de fluxos globais: de bens, serviços, pessoas, finanças e informação. 

Em 2012, estas trocas chegaram a um valor total de US$ 26 trilhões - o equivalente a 36% do PIB global, parcela que pode chegar a até 50% em 2025.

De forma geral, o estudo conclui que uma conexão maior ajuda no crescimento. Os países desenvolvidos continuam sendo os mais conectados, mas os emergentes estão ganhando terreno rapidamente.

Em 1990, eles respondiam por apenas 14% do fluxo, taxa que pulou para 38% em 2012. A China, claro, é a maior responsável (veja o mapa). A crise financeira de 2008 foi um grande baque para o comércio global, mas ele já se recuperou e superou 2007. 

O mesmo não aconteceu com as trocas financeiras, que continuam 70% abaixo do seu pico pré-crise. Hoje, elas são 7% do PIB global, só um terço da participação que chegaram a ter em um passado recente.

Os serviços são cada vez mais importantes para o PIB, mas sua troca é a mais baixa entre todos os itens, já que eles dependem basicamente do capital humano - que, naturalmente, não é tão móvel assim.

Apesar de uma circulação maior, a taxa da população mundial que mora fora do seu país de origem está estacionada em 2,7% desde 1980.

A dimensão que ganha cada vez mais importância é a da informação. O tráfego de internet entre fronteiras cresceu 18 vezes só entre 2005 e 2012, e a troca de bens intensivos em conhecimento cresce em um ritmo 1,3 vezes mais rápido do que a de bens comuns.

No ranking geral das economias mais conectadas, o Brasil aparece em 43º, abaixo de todos os BRICS e de outros emergentes como Arábia Saudita (16ª) e Turquia (27ª). Alemanha, Hong Kong, Estados Unidos e Singapura lideram a lista. 

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