Fluxo cambial: a última vez que o resultado se mostrou positivo foi em 2017, com modesta sobra de 625 milhões de dólares (Gary Cameron/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 16h21.
Última atualização em 6 de janeiro de 2021 às 16h30.
O Brasil fechou 2020 com saída líquida de quase 28 bilhões de dólares pelo câmbio contratado, o segundo pior resultado da história e o terceiro ano consecutivo de perda de recursos, o que ajuda a explicar a forte desvalorização do real no ano passado.
O fluxo cambial ficou negativo em 27,923 bilhões de dólares, após rombo de 44,768 bilhões de dólares em 2019, ano de maior debandada de recursos por esse canal.
Ou seja, em apenas dois anos, o país viu saída líquida de 72,691 bilhões de dólares. Em 2018, o fluxo cambial ficou deficitário em 995 milhões de dólares.
A última vez que o resultado se mostrou positivo foi em 2017, com modesta sobra de 625 milhões de dólares.
O fraco número de 2020 foi puxado pelas operações financeiras — por onde passam fluxos de empréstimos, remessas de lucros e dividendos e investimentos em portfólio, entre outros —, com forte saída líquida de 51,173 bilhões de dólares. Na conta comercial (o câmbio contratado para exportação menos o para importação), houve superávit de 23,250 bilhões de dólares.
Apenas em dezembro, um total de 8,353 bilhões de dólares deixou o Brasil, segundo o câmbio contratado, com saídas tanto na conta comercial (-3,932 bilhões de dólares) quando na financeira (-4,422 bilhões de dólares).
Em 2020, o real caiu 22,7% ante o dólar, em termos nominais, um dos piores desempenhos entre as principais moedas.