Banco Central: os diretores do banco estão salientando que a taxa de juros ex-ante (ou seja, a projetada para o futuro) é a mais apropriada a se monitorar na condução da política monetária (Gustavo Gomes/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de abril de 2017 às 22h12.
São Paulo e Brasília - Os diretores do Banco Central (BC) que participam da reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington avaliam nas apresentações que estão sendo feitas na capital americana que o processo de flexibilização monetária em curso no Brasil deve, junto com medidas estruturais, contribuir para reduzir o custo do crédito.
De acordo com os apontamentos, publicados no site do BC, das apresentações que estão sendo feitas entre esta quinta-feira, 20, e sábado, 22, pelos diretores do BC Carlos Viana (política econômica) e Tiago Berriel (assuntos internacionais), a redução sustentável e estrutural do custo do crédito depende de uma série de reformas microeconômicas que visam a melhorar a eficiência e produtividade da economia.
Como exemplo dos esforços feitos pela autarquia nesse sentido, eles citam a agenda do BC (BC+) que, com medidas como a simplificação de regras de recolhimento dos depósitos compulsórios, busca reduzir custos de intermediação financeira, além de reduzir o risco de crédito e estimular a competição entre os bancos.
Conforme as apresentações feitas por Viana e Berriel, a taxa de juros real da economia - aquela que desconta a inflação - ainda está em processo de convergência.
A continuidade da queda dos juros reais no futuro depende, segundo eles, de desdobramentos positivos que levem a uma diminuição da taxa de juros estrutural da economia - esta dependente de fatores como ganhos de produtividade, política fiscal e melhora do ambiente de negócios.
Os diretores do BC estão salientando ainda nos eventos em Washington que a taxa de juros ex-ante (ou seja, a projetada para o futuro) é a mais apropriada a se monitorar na condução da política monetária, já que essa é a variável que guia decisões econômicas.