Economia

Fitch prevê que PIB do Brasil recue 3% em 2015 e 1% em 2016

A desvalorização do real e o declínio da economia ajudaram a reduzir o déficit em conta corrente em 29%, em dólar, durante o período de janeiro a agosto


	PIB do Brasil: a desvalorização do real e o declínio da economia ajudaram a reduzir o déficit em conta corrente em 29%, em dólar, durante o período de janeiro a agosto, comparado com o mesmo intervalo um ano antes
 (Ricardo Moraes/Reuters)

PIB do Brasil: a desvalorização do real e o declínio da economia ajudaram a reduzir o déficit em conta corrente em 29%, em dólar, durante o período de janeiro a agosto, comparado com o mesmo intervalo um ano antes (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 12h22.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch afirmou que a recessão econômica do Brasil provavelmente será mais profunda e mais longa do que as expectativas anteriores.

A Fitch prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do país terá contração de 3% neste ano e de 1% em 2016, antes de registrar crescimento modesto em 2017, com riscos inclinados para o lado negativo.

Segundo a Fitch, uma recessão mais profunda, a redução de empregos líquidos, a menor popularidade da presidente Dilma Rousseff, tensões entre o governo e o Congresso, a expansão do alcance das investigações da Petrobras e os riscos de impeachment da presidente estão tumultuando o ambiente político e criando desafios de governabilidade e incertezas políticas.

"Os reduzidos níveis de confiança, o mal-estar do setor de construção e as contínuas incertezas políticas ampliaram as preocupações econômicas domésticas, enquanto a economia continua sentindo o peso dos obstáculos externos, como os preços baixos das commodities, o crescimento mais fraco em importantes parceiros comerciais e a maior volatilidade financeira internacional", observou a Fitch.

A agência também comentou que a desvalorização do real e o declínio da economia ajudou a reduzir o déficit em conta corrente em 29%, em dólar, durante o período de janeiro a agosto, comparado com o mesmo intervalo um ano antes.

A queda do real, diz a Fitch, levou a uma deterioração nas métricas de dívida externa, que já estavam sendo impactadas pelos crescentes empréstimos externos do setor privado nos últimos anos.

"No entanto, a posição sólida de reservas internacionais, os instrumentos estabelecidos pelo banco central para lidar com questões de liquidez cambial e o uso de hedge corporativo são fatores mitigantes", acrescentou.

Os comentários da Fitch foram feitos no comunicado sobre a decisão de rebaixar o rating do país de BBB para BBB- e manter a perspectiva negativa. A decisão mantém o rating como grau de investimento.

O Brasil foi rebaixado para grau especulativo em 9 de setembro pela S&P. Já pela Moody's, a nota do país foi rebaixada em 11 de agosto, mas o grau de investimento também foi mantido.

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