A revisão de 2022 se deu por causa de dados mais fortes do que o esperado no segundo trimestre (Getty Images/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de setembro de 2022 às 17h27.
A Fitch revisou nesta quarta-feira, 14, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil tanto para este ano quanto para o próximo. Em 2022, a atividade econômica brasileira deve ter expansão de 2,5%, ante 1,4% estimado anteriormente. Para 2023, contudo, deve haver uma desaceleração forte, a 0,8%. Antes, a taxa esperada era de 1,0%.
Segundo a agência de risco, a revisão de 2022 se deu por causa de dados mais fortes do que o esperado no segundo trimestre. "A recuperação foi apoiada por um maior fortalecimento do mercado de trabalho, reabertura do setor de serviços, recuperação da produção hidrelétrica após a seca do ano passado, algumas medidas políticas e altos preços das commodities", disse.
Para 2023, a desaceleração é esperada por causa do efeito defasado do aperto da política monetária doméstica, crescimento global também mais lento, condições de financiamento externo mais apertadas e incertezas relacionadas ao ciclo eleitoral de outubro.
"As perspectivas de crescimento também dependerão dos planos e sinais econômicos do próximo governo, principalmente no que diz respeito à política fiscal e ao envolvimento do Estado na economia", informou a Fitch.
A agência de classificação de risco projeta que a inflação oficial do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre o ano de 2022 com taxa de 6,5%. A desaceleração deve seguir ao longo de 2023, até terminar o ano que vem em 5,2%.
A Fitch espera que a Selic a 13,75% representa o fim do ciclo de aperto monetário para o Brasil. Com a queda da inflação projetada, o BC deve reduzir a taxa a 10% no fim de 2023 e 8% no encerramento de 2024.
Para a taxa de câmbio, a Fitch projeta que ela encerre os anos de 2022, 2023 e 2024 em R$ 5,20. "O real brasileiro tem estado volátil e flutuou em linha com outras moedas de mercados emergentes de referência nos últimos meses, refletindo o suporte de taxas domésticas excepcionalmente altas e preços de commodities altos (embora voláteis), fluxo de notícias sobre aperto monetário global e incertezas eleitorais", comenta a agência.
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