Economia

Fitch diz que Previdência pode sofrer mais diluição que o esperado

Votação para aprovação do texto da reforma da Previdência na CCJ foi adiada para a próxima semana

Na classificação atual da Fitch, o país está com a nota BB-, abaixo do que é considerado o grau de investimento (Reinhard Krause/Reuters)

Na classificação atual da Fitch, o país está com a nota BB-, abaixo do que é considerado o grau de investimento (Reinhard Krause/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de abril de 2019 às 15h45.

Última atualização em 17 de abril de 2019 às 15h45.

São Paulo — O diretor executivo da Fitch Ratings, Rafael Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 17, na abertura de evento da instituição, que os recentes eventos em Brasília e o aumento do ruído político indicam que a reforma da Previdência pode demorar mais tempo para ser aprovada e ser mais diluída que o inicialmente esperado.

Guedes disse que a oposição sozinha não tem condições de barrar as reformas do presidente Jair Bolsonaro, incluindo a da Previdência. Ao mesmo tempo, os partidos aliados ao governo também não têm condições de aprovar as medidas sozinhos.

"Bolsonaro está perdendo seu capital político, em apenas três meses", disse ele, destacando que no governo mudou o jeito de fazer política, mas mostra inexperiência ao lidar com o Congresso.

"A reforma da Previdência é necessária, mas certamente não suficiente para a estabilização da dívida brasileira", disse Guedes. O diretor da Fitch ressaltou que a forte deterioração das contas do governo e o fraco crescimento econômico levaram a cortes rápidos do rating soberano brasileiro desde 2015, quando o País perdeu a classificação grau de investimento.

Na última segunda-feira, 15, o presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse que o Brasil poderia recuperar o grau de investimento ao fazer a reforma da Previdência. Na classificação atual da Fitch, o país está com a classificação BB-, abaixo do que é considerado o grau de investimento.

CCJ adia votação

A votação do texto da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, que é a primeira etapa pela qual a emenda constitucional passa, foi adiada para a próxima semana. Se for aprovado, o texto segue para uma comissão especial em que os deputados analisam os pormenores do texto, antes de enviá-lo ao Congresso.

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