Economia

Fitch: Desafios estruturais reduzirão flexibilidade de governo Bolsonaro

Agência de classificação destacou que o Congresso permanece fragmentado apesar do aumento do apoio ao partido de Bolsonaro

Fitch: efetividade com que a nova administração conseguirá usar o período de lua de mel para priorizar e aprovar sua agenda econômica no Congresso continua incerta (Reinhard Krause/Reuters)

Fitch: efetividade com que a nova administração conseguirá usar o período de lua de mel para priorizar e aprovar sua agenda econômica no Congresso continua incerta (Reinhard Krause/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 15h09.

São Paulo - Os profundos desafios estruturais que contribuem para o crescimento fraco, amplo déficit fiscal e aumento da dívida do governo vão restringir gravemente a flexibilidade do novo presidente Jair Bolsonaro em relação à economia, apontou a agência de classificação Fitch Ratings nesta segunda-feira, 29.

"O forte desempenho eleitoral de Bolsonaro e seu partido pode impulsionar o capital político do novo governo e permitir a construção de uma maioria legislativa atuante se os partidos centristas derem suporte. A efetividade com que a nova administração conseguirá usar o período de lua de mel para priorizar e aprovar sua agenda econômica continua incerta", disse a Fitch em relatório.

A agência também levantou a importância da coesão da equipe econômica nesse processo, incluindo indicações para o Ministério da Fazenda e qualquer mudança no Banco Central, e lembrou que os detalhes exatos de como Bolsonaro planeja alcançar os objetivos propostos em relação à área econômica "são limitados".

"Uma agenda de reformas generalizadas enfrenta desafios de execução mesmo após a conclusão do ciclo eleitoral. O Congresso permanece fragmentado apesar do aumento no suporte para o partido de Bolsonaro, e reformas estruturais ao sistema previdenciário e à política fiscal são impopulares e se mostraram desafiadoras politicamente no passado", afirmou.

Logo após ser declarado vitorioso, Bolsonaro prometeu fazer um governo democrático e unificar o país, além de defender compromisso com a responsabilidade fiscal. O discurso foi ecoado pelo economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda no novo governo, afirmando que buscará zerar o déficit fiscal e colocará a reforma da Previdência como prioridade.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFitchJair BolsonaroReforma da Previdência

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs