Economia

Fitch: bancos brasileiros estão bem preparados para Basileia III

Para a agência, quando o índice de liquidez estrutural de longo prazo entrar em vigor no país em 2018, os bancos mostrarão que conseguem evitar riscos

Fitch: desde 2015, o BC vem definindo métricas de controle de risco para os bancos. (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

Fitch: desde 2015, o BC vem definindo métricas de controle de risco para os bancos. (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 19h53.

São Paulo - Os grandes bancos brasileiros estão bem preparados para as regras de capital de Basileia III, que entram em vigor de forma integral no Brasil em 2019, segundo um relatório da agência de classificação de risco Fitch.

Para a agência, quando o índice de liquidez estrutural de longo prazo (NSFR, na sigla em inglês) entrar em vigor no país em 2018, em preparação para Basileia III, os bancos mostrarão que conseguem evitar tomar riscos em excesso, sem terem grandes impactos na rentabilidade e no ritmo dos negócios.

"A medida de liquidez do Banco Central indica que os bancos com a maioria dos ativos no sistema estão bem posicionados para atender aos requisitos", disse à Reuters o diretor sênior para instituições financeiras da América Latina na Fitch, Claudio Gallina a Fitch.

Desde 2015, o BC vem definindo métricas de controle de risco para os bancos. Numa etapa inicial, elas englobaram apenas as instituições com mais de 100 bilhões de reais em ativos.

A partir de 2018, esses padrões valerão também para todos os bancos, e com foco na redução do risco de financiamento a longo prazo.

O BC quer ter certeza de que os bancos conseguirão resistir sadios quando enfrentarem choques, especialmente depois de períodos de crescimento mais acelerado.

Na prática, isso vai gradualmente expulsar instituições de menor porte de segmentos como financiamento imobiliário, automotivo e consignado, por exemplo, já que elas exigem acesso a fontes de recursos de longo prazo e mais diversificadas, o que é menos frequente entre os bancos médios e pequenos.

No relatório, a Fitch avalia que a maioria dos pequenos bancos já saiu desses segmentos, mas os novos padrões podem limitar o crescimento do crédito se isso pressionar o NSFR de algum banco individualmente.

Uma métrica já usada pelo BC para avaliar como os bancos do país estão em relação ao cronograma, apontou que no fim de 2016 o sistema bancário tinha um excedente de funding de 243 bilhões de reais, o que equivale a 20 por cento do portfólio de crédito de longo prazo não-direcionado.

"Isso mostra que os bancos poderiam crescer ao redor de 20 por cento o crédito sem comprometer o capital", disse Gallina.

De acordo com o relatório, bancos com liquidez igual ou superior ao mínimo exigido pelo BC tinham 83 por cento dos ativos do sistema no fim de 2016. Mas 32 dos 130 bancos médios considerados tinham índice inferiores ao mínimo.

"No entanto, apenas seis tinham liquidez insuficiente para suportar o estresse de curto prazo", ponderou a Fitch sem informar os nomes dos bancos e pontuando que as instituições menores concentradas no financiamento a pequenas e médias empresas podem enfrentar mais desafios.

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