Economia

Fitch antecipa possível redução da nota de crédito da Catalunha

Em comunicado, a Fitch argumentou que a possível revisão se aplica tanto à dívida do governo regional como à do Instituto Catalão de Finanças

Fitch: "A Fitch percebe níveis de incerteza sem precedentes, incluindo a possibilidade de uma declaração unilateral de independência da Catalunha" (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

Fitch: "A Fitch percebe níveis de incerteza sem precedentes, incluindo a possibilidade de uma declaração unilateral de independência da Catalunha" (Matt Lloyd/Bloomberg/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 22h44.

Nova York - A agência de classificação de risco Fitch antecipou nesta quinta-feira a possibilidade de diminuir a nota de crédito do governo regional da Catalunha devido às últimas tensões políticas com o governo central da Espanha.

A Fitch mantém o grau BB para a dívida a longo prazo da Generalitat (governo regional) catalã, no nível especulativo e com um risco de crédito de elevada vulnerabilidade, mas hoje anunciou que está monitorando de perto a nota com uma potencial revisão negativa.

Em um comunicado, a agência sediada em Nova York e Londres argumentou que a possível revisão se aplica tanto à dívida da Generalitat como à do Instituto Catalão de Finanças.

A Fitch lembrou que em casos como este a revisão é feita levando em conta "situações nas quais há uma mudança substancial na solvência do emissor e é inadequado esperar até a próxima data de revisão programada".

"Neste caso, a mudança (sobre o programado) é motivada pela recente guinada nas tensões políticas entre o governo central e a Catalunha, que provavelmente piorarão a curto prazo", diz o comunicado.

"Isto pode levar a eventos imprevisíveis, incluindo uma possível interrupção no fluxo dos fundos de liquidez do Estado à Catalunha", acrescenta a nota.

A agência de classificação de risco lembrou o referendo independentista da região, "que foi declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional".

"A Fitch percebe níveis de incerteza sem precedentes, incluindo a possibilidade de uma declaração unilateral de independência da Catalunha eventualmente seguida de uma intervenção do governo central", ressalta o comunicado.

A agência espera resolver esta situação nos próximos seis meses, dependendo do desenvolvimento das relações entre o governo regional e o central, e especialmente em como afeta o apoio de Madri à liquidez de Barcelona.

"Um enfraquecimento nesta liquidez pode provocar um rebaixamento em vários graus", adverte a nota.

A decisão anunciada hoje tem tom similar à anunciada ontem por outra grande agência, a Standard & Poors, também por influência das tensões políticas entre Madri e Barcelona.

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