Economia

Fisher, do BC dos EUA, critica economia brasileira

Richard Fisher criticou o modo como o Brasil tem conduzido a política econômica


	Richard Fisher: ele também disse sobre o Brasil que "os consumidores podem ter que desalavancar, o que irá diminuir o crescimento. O governo também pode ter que controlar os gastos"
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Richard Fisher: ele também disse sobre o Brasil que "os consumidores podem ter que desalavancar, o que irá diminuir o crescimento. O governo também pode ter que controlar os gastos" (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 23h21.

São Paulo - O presidente da distrital de Dallas do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Richard Fisher, criticou o modo como o Brasil tem conduzido a política econômica e alertou que o programa de alívio monetário nos EUA pode ter criado significativos desequilíbrios no mercado financeiro.

Comentando sobre os mercados emergentes, Fisher voltou a dizer que os países que mantiveram a economia em ordem estão melhor preparados para lidar com a saída de liquidez ocasionada pela redução do programa do Fed.

E, para isso, ele citou a aprovação de reformas estruturais no México como um feito marcante. "Uma vontade política unificada para fazer o que é no melhor interesse da nação é algo raro de se encontrar nesses dias, e algo que Washington pode apenas sonhar. Outras nações, como o Brasil, podem estar indo na direção oposta", afirmou.

Em texto preparado para discurso na Cidade do México, Fisher também disse sobre o Brasil que "os consumidores podem ter que desalavancar, o que irá diminuir o crescimento. O governo também pode ter que controlar os gastos".

Já a perspectiva de crescimento menor e um enfraquecimento no mercado de trabalho devem fazer com que os bancos brasileiros provavelmente apertem as condições de empréstimos, complementou.


No entanto, Fisher se disse mais preocupado com os impedimentos estruturais para o crescimento econômico do Brasil no longo prazo. "Durante esse tempo de excepcional liquidez e crédito barato, e apesar de uma década de altos preços das commodities e de um boom nas exportações, o Brasil falhou em avançar com mais reformas no mercado", declarou.

Como contraponto, Fisher citou o México como um bom exemplo para os mercados emergentes. "O México parece melhor posicionado que muitos outros países em termos de exposição ao risco", afirmou, ao classificar o setor bancário como "saudável".

Fisher também alertou para o fato de a política de estímulos do Fed estar incentivando a tomada de riscos, em um comportamento semelhante ao observado antes da crise de 2008. "Com suas grandes compras de ativos, o Fed está distorcendo os mercados financeiros e criando incentivos para gestores e players do mercado tomaram riscos maiores, alguns dos quais podem resultar em lágrimas", afirmou Fisher.

Fisher, que tem direito a voto nas decisões de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), há tempos se opõe ao programa de compra de ativos. Dessa vez, Fisher disse que o Fed deve continuar com a redução nas compras de ativos e eliminar o programa por completo o quanto antes, dentro do possível.

O presidente do Fed de Dallas disse acreditar que a autoridade monetária encontrará modos para normalizar o balanço e conter as pressões inflacionárias. Fonte: Dow Jones Newswires.

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