Economia

Firjan: reoneração da folha será "pá de cal" no processo de retomada

Federação das Indústrias do Rio de Janeiro estima custo adicional de R$ 8,9 bi ao setor industrial, caso a medida seja efetivada, após aprovação pelo Senado

Indústria: Firjan afirma que a solução do impasse com os caminhoneiros não pode passar pela elevação de impostos (Germano Luders/Exame)

Indústria: Firjan afirma que a solução do impasse com os caminhoneiros não pode passar pela elevação de impostos (Germano Luders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2018 às 18h55.

São Paulo - A reoneração da folha de pagamentos de 28 setores produtivos da economia, aprovada na Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira, 24, poderá representar uma "pá de cal" sobre o processo de recuperação pelo qual passa a economia brasileira.

A avaliação é da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que, em nota, estima um custo adicional de R$ 8,9 bilhões ao setor industrial, caso a medida seja efetivada, após aprovação também pelo Senado.

"Este montante equivale à remuneração de quase 400 mil colaboradores das atividades industriais hoje desoneradas, empregos que ficarão em risco", diz a entidade, que cita o corte de 2,9 milhões de empregos ao longo dos últimos três anos, em decorrência da recessão econômica. "A reoneração será uma pá de cal no atual processo de recuperação da economia", afirma a Firjan.

A entidade avalia que os setores mais prejudicados pela reoneração da folha de pagamentos seriam os de fabricação de carne, produtos farmacêuticos, materiais plásticos e autopeças.

"Estes setores empregam hoje 202 mil trabalhadores com a economia gerada pela desoneração da folha. As quatro atividades somam quase 40% da força de trabalho da indústria brasileira", argumenta.

A Firjan afirma que a solução do impasse com os caminhoneiros não pode passar pela elevação de impostos, o que traria consequências para toda a sociedade.

Acompanhe tudo sobre:IndústriaRio de Janeiro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto