Economia

Fiesp quer combate à especulação para frear queda do dólar

Diretor da entidade defendeu regras que dificultem a especulação com contratos de câmbio em seminário com membros do governo

A alta do dólar dificulta as exportações brasileiras, reclama a Fiesp (Joe Raedle/Getty Images)

A alta do dólar dificulta as exportações brasileiras, reclama a Fiesp (Joe Raedle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2011 às 18h16.

São Paulo – O diretor do Departamento de Relações Exteriores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, propôs hoje (10) mudanças na regulação do mercado de câmbio para conter a desvalorização do dólar. Segundo ele, regras que dificultem a especulação com contratos de câmbio poderiam amenizar a queda do real ante o dólar e, assim, aumentar a competitividade da indústria nacional.

Giannetti defendeu as mudanças em um seminário sobre câmbio promovido pela Fiesp, em São Paulo. Também participaram do evento o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, e o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva.

O representante da Fiesp disse que muitas alternativas para conter a valorização do real foram discutidas com os membros do governo. Para Giannetti, contudo, o combate à especulação precisa estar entre as prioridades das autoridades econômicas. “A forma mais eficaz de aumentar a taxa de câmbio é aumentar o risco do especulador cambial”, disse.

Giannetti sugeriu a fixação de um prazo mínimo para as aplicações em contratos de câmbio como uma medida positiva. Outra seria o aumento da garantia que os investidores precisam pagar para comprar dólar em contratos do mercado futuro.

Segundo Giannetti, o câmbio é hoje um dos grandes problemas da indústria brasileira. Com o real caro, as empresas brasileiras não conseguem exportar. A produção voltada ao mercado interno, por sua vez, enfrenta a concorrência dos produtos importados, que ficam mais baratos por causa do dólar depreciado.

Essa situação têm prejudicado a balança comercial de produtos industrializados. Em 2010, Giannetti disse que o Brasil importou US$ 70 bilhões a mais do que exportou em manufaturados. Este ano, a previsão é que o déficit atinja U$ 100 bilhões. "Isso representa a transferência de 4 milhões empregos da indústria brasileira para o exterior", afirmou ele. Segundo Giannetti, a Fiesp não tem uma cotação ideal para o dólar, mas R$ 2,00 [por dólar] “seriam mais que suficientes para a economia brasileira”.

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