Economia

Indústria paulista tem o pior março da história, diz Fiesp

Na avaliação da instituição, o dado corrobora uma perspectiva mais pessimista para o desempenho da indústria neste ano


	Trabalhador da indústria: entre os setores, uma das principais contribuições para o mau resultado veio da indústria automotiva
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Trabalhador da indústria: entre os setores, uma das principais contribuições para o mau resultado veio da indústria automotiva (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 16h21.

São Paulo - A queda de 1,9% no Indicador de Nível de Atividade da indústria paulista em março ante fevereiro é o pior resultado já apurado para o mês em toda a série histórica da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que começou em 2002.

Na avaliação da instituição, o dado corrobora uma perspectiva mais pessimista para o desempenho da indústria neste ano.

"O carnaval sempre dá um resultado pior, comparativamente, para o mês. Porém, já houve outros anos que o carnaval ocorreu em março e nem isso tirou deste ano de 2014 a posição de ter sido o pior entre os marços que tiveram carnaval", disse, em nota, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon).

Entre os setores, uma das principais contribuições para o mau resultado veio da indústria automotiva.

A pesquisa da Fiesp aponta que o índice Veículos Automotores registrou queda de 1,5% na atividade em março, na série com ajuste sazonal, com queda de 3,6% na variável vendas reais.

Além disso, a Fiesp destaca a contribuição negativa da indústria de minerais não metálicos (queda de 2,3% ante fevereiro com ajuste) e o desempenho da cadeia de celulose, papel e produtos de papel (queda de 0,6%).

"O carregamento estatístico ficou muito negativo e ficamos em dúvida se iremos atingir a projeção de -0,8% (no PIB da indústria de transformação este ano)", avaliou Francini, dizendo que a queda "pode ser mais expressiva".

Francini avalia que 2015 será um ano "emblemático" para a indústria.

"Tem o problema de desalinhamento de preços que vai precisar corrigir, tem um problema de política fiscal, de previdência, trabalhista. Há um elenco de problemas e reformas que são necessárias", avaliou.

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