Economia

FGV: Brasil lidera redução de desigualdades entre Brics

Nos outros emergentes, dados macroeconômicos mostram avanço superior ao dos índices das classes sociais

No Brasil, renda das famílias tem crescido em média 1,8 ponto percentual acima do PIB (Stock.xchng)

No Brasil, renda das famílias tem crescido em média 1,8 ponto percentual acima do PIB (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 15h53.

São Paulo - O Brasil é o país dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com os melhores indicadores de redução das desigualdades sociais, de acordo com a pesquisa "Os Emergentes dos Emergentes", divulgada hoje em São Paulo pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento apura que no Brasil a evolução dos indicadores das classes sociais têm mostrado desempenho superior ao dos dados macroeconômicos, enquanto nos demais membros dos Brics a relação é a oposta. "A desigualdade está caindo muito mais no Brasil do que em outros emergentes", afirma Marcelo Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV.

No Brasil, a renda familiar tem crescido em média 1,8 ponto porcentual acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), anualmente entre 2003 e 2010, a melhor relação entre os emergentes. Já na China, a relação é inversa: a renda familiar vem crescendo dois pontos porcentuais abaixo do PIB do período. "Aqui o microssocial está evoluindo melhor do que o macroeconômico", aponta Néri.

Na década de 2000, o Brasil também teve a segunda melhor taxa de crescimento anual da renda domiciliar per capita entre os 20% mais pobres, com alta de 6,3%, atrás apenas da China, que teve 8,5%. Em seguida vem a África do Sul (5,8%) e a Índia (1%).

Ao mesmo tempo, a taxa de crescimento anual da renda familiar dos 20% mais ricos foi mais intensa nos outros países: China (15,1%), África do Sul (7,6%), Índia (2,8%) e Brasil (1,7%). "O bolo da renda dos mais pobres cresce mais que a dos mais ricos no Brasil", aponta Néri.

Futuro

A pesquisa da FGV também cita dados da pesquisa realizada pelo Instituto Gallup, em 2009, em 146 países, sobre a perspectiva de satisfação da população com a vida para os cinco anos seguintes (até 2014). Nesse quesito, o Brasil é recordista em felicidade futura, com pontuação de 8,7 numa escala de zero a 10. O segundo no ranking global é a Jamaica, com 8,3 pontos. Já entre os Brics, a África do Sul tem 7,2 pontos (46º), China 6,4 pontos (92º), Rússia 6 pontos (119º) e Índia, 5,7 pontos (128º).

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