Economia

FGV avalia que mercado deve voltar a gerar empregos este ano

O Indicador Antecedente de Emprego avançou 0,3 ponto em fevereiro ante janeiro, para o patamar de 95,9 pontos, o maior nível desde maio de 2010

Empregos: "Vai aumentar o emprego, o mercado de trabalho vai melhorar um pouco, mas a recuperação mais forte só acontecerá no ano que vem" (Paulo Fridman/Bloomberg)

Empregos: "Vai aumentar o emprego, o mercado de trabalho vai melhorar um pouco, mas a recuperação mais forte só acontecerá no ano que vem" (Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de março de 2017 às 19h23.

Rio - O mercado de trabalho deve registrar geração de vagas este ano, embora a efetivação dessa expectativa ainda dependa da recuperação da economia, avaliou o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 0,3 ponto em fevereiro ante janeiro, para o patamar de 95,9 pontos, o maior nível desde maio de 2010.

Quando há crescimento, a tendência é que haja geração de vagas. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,9 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, atingindo 100,7 pontos.

Quando o índice tem queda, significa melhora na avaliação dos consumidores sobre momento atual do mercado de trabalho.

"Os agentes estão com planos para contratar nos próximos meses. A pergunta é quando isso vai se realizar. Obviamente depende da situação da economia de uma forma geral. Se houver sinais de melhora, as contratações vão ocorrer", afirmou Barbosa Filho.

A situação atual, entretanto, ainda é bastante desfavorável. "O ICD ainda está num nível muito elevado", lembrou ele, ressaltando que o indicador acompanha a avaliação dos consumidores sobre a situação do emprego.

Os componentes que mais contribuíram positivamente para a alta do IAEmp em fevereiro foram os indicadores que medem a expectativa com situação dos negócios nos seis meses seguintes, da Sondagem da Indústria, e o ímpeto de contratações nos três meses seguintes, da Sondagem do Setor de Serviços.

A faixa de renda que mais contribuiu para a queda do ICD foi a do grupo de consumidores que recebem entre R$ 4.800,00 e R$ 9.600,00 mensais, com recuo de 3,3 pontos no Indicador de percepção de dificuldade de se conseguir emprego.

Barbosa Filho estima que a taxa de desemprego deva atingir o pico entre o primeiro e segundo trimestres deste ano, para depois começar a cair, com ligeira criação de postos de trabalho.

"Vai aumentar o emprego, o mercado de trabalho vai melhorar um pouco, mas a recuperação mais forte só acontecerá no ano que vem", ponderou o economista.

O ICD é construído a partir de dados da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.

Já o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

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